A Saúde da sua empresa é um mistério para você?

A Saúde da sua empresa é um mistério para você?

Será que você conhece o perfil de utilização da sua empresa no plano de saúde? E se você conhece sabe que ações promover com essas informações?

Cada vez mais percebo a necessidade do RH e Financeiro em terem uma visão mais prática dos resultados do plano de saúde. Com o tempo mais escasso e cada vez mais pressão por economia, o reajuste do plano de saúde é tema obrigatório. É hora de partir para a ação!

Os programas de mapeamento de risco nos dão resultados tímidos e os indicadores apurados são apresentados após um longo período de análises, o que não costuma corresponder a nossa urgência por resultados.

Os tradicionais relatórios de sinistralidade já não atendem a expectativa de nossos clientes, tratam do passado e só justificam os reajustes cada vez mais altos solicitados pelas operadoras. Os números devem sim ser conhecidos e informados, porém hoje somente servem como base para um estudo mais profundo, onde mergulhamos no comportamento do grupo e tiramos o conhecimento para um trabalho complexo e preventivo de mudança real de perfil.

Em anos de experiência nesse mercado, tive contato com diversas soluções ditas milagrosas, que prometiam um resultado a curto prazo na mudança deste perfil de utilização. Hoje mais do que nunca, acredito em um trabalho simples para contensão de custos, desde que seja frequente e focado nos pontos certos.

Percebendo os desafios e as angustias dos meus clientes, em 2016 criamos um conceito inovador de monitoramento de grupos de controle que traz resultados mais rápidos e nítidos, trabalhando somente os grupos que são sensíveis a um redirecionamento e consequentemente uma redução de gastos.

Para isso tivemos que inovar na forma de classificação desses grupos, arriscando sair da máxima de “grupos de crônicos” e elegendo 9 grupos de controle incluindo, mal utilizadores, casos graves e somente algumas patologias crônicas que entendemos ser interessante trabalharmos com objetivo de redução de custo.

Depois de um estudo profundo dos perfis de utilização de cada grupo, adequamos o nosso BI, para que através dele, com um algoritmo definido, encontrássemos os possíveis elegíveis ao programa, nos dados da operadora e em todos os canais de informação que dispomos internamente. A partir daí após avaliação individual e contato pessoal, conseguimos classificar o risco de cada caso.

Como resultado, em dois anos já chegamos a ter 350 pacientes acompanhados simultaneamente, colecionando casos de sucesso.  No baixo risco, em um só paciente evitamos custos  de aproximadamente R$ 12mil, tratando sua doença crônica e assim interrompendo suas idas frequentes ao pronto socorro. No alto risco o exemplo é de uma economia aproximada de R$ 100mil ao redirecionarmos um paciente cirúrgico para um hospital mais eficaz clinica e financeiramente. Os dois casos de economia só foram possíveis devido aos pacientes serem monitorados por nossa equipe médica e seu estado clinico conhecido. Além disso vários pacientes ortopédicos foram direcionados para tratamentos específicos, evitando cirurgias de grande porte, e crianças com episódios mensais de idas ao pronto socorro, por exemplo por problemas respiratórios, foram direcionadas para um tratamento com especialista.

Paralelo a tudo isso se faz necessário também um trabalho de acompanhamento de exames preventivos, educação para saúde e programas de qualidade de vida, visando o diagnóstico precoce para evitar a instalação de doenças crônicas e graves.

Com ferramentas mais modernas e rápidas estamos conseguindo efetivamente trilhar outros caminhos, que podem atender a urgência das empresas em atingir seus resultados. Se você ainda não acompanha a saúde individual de seus funcionários é hora de pensar no assunto e tenha a certeza que além da economia nos contratos e valores investidos no plano, você terá ganhos no clima organizacional.

Sobre a autora:

Sheila Hojda é Socia-Diretora da 4Health Consultoria e atua há 15 anos na área de relacionamento e gestão de risco em consultoria em benefícios.

Regras de coparticipação e franquia em planos de saúde

Regras de coparticipação e franquia em planos de saúde

ANS define regras para cobrança de coparticipação e franquia em planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou nesta quinta-feira (28/06), no Diário Oficial da União, a Resolução Normativa nº 433, que atualiza as regras para a aplicação da coparticipação e franquia em planos de saúde. A norma protege o consumidor ao estabelecer um percentual máximo a ser cobrado pela operadora para realização de procedimentos; ao determinar limites (mensal e anual) para exposição financeira do consumidor (o máximo que o consumidor pode pagar, no total, por coparticipação e franquia); e ao isentar a incidência de coparticipação e franquia em mais de 250 procedimentos, como exames preventivos e tratamentos de doenças crônicas, entre eles, tratamentos de câncer e hemodiálise. Com a medida, a reguladora supre lacunas existentes na legislação, garantindo maior previsibilidade, clareza e segurança jurídica aos consumidores.

Outra novidade trazida pela norma é a possibilidade de operadoras de planos de saúde oferecerem descontos, bônus ou outras vantagens aos consumidores que mantiverem bons hábitos de saúde. A expectativa é que a medida incentive a adesão de beneficiários a iniciativas como programas de promoção da saúde e prevenção de doenças mantidos pelas operadoras.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Rodrigo Aguiar, a norma tem, entre suas premissas, “a transparência nas relações, a prestação de informações claras ao beneficiário, previsibilidade e segurança jurídica, liberdade na formatação dos produtos dentro de parâmetros claros e objetivos definidos, garantindo uma variabilidade dos produtos, conferindo mais opções de escolha ao beneficiário”. O diretor destaca que o tema é de grande relevância, visto que, em 10 anos, a participação desses planos subiu de 22% para 52% do mercado. “Hoje, mais de 50% dos quase 48 milhões de beneficiários de planos de saúde estão vinculados a planos com coparticipação ou franquia”, explicou.

  • A coparticipação é o valor pago pelo consumidor à operadora em razão da realização de um procedimento ou evento em saúde.
  •  A franquia é o valor estabelecido no contrato do plano de saúde até o qual a operadora não tem responsabilidade de cobertura.

Um dos principais pontos da nova normativa é o estabelecimento de limites (mensal e anual) de exposição financeira do beneficiário: ou seja, o valor máximo a ser pago pela coparticipação não pode ultrapassar o valor correspondente à própria mensalidade do consumidor (limite mensal) e/ou a 12 mensalidades no ano (limite anual).

  • Limite de exposição financeira é o valor máximo a ser pago por um beneficiário em razão da incidência de coparticipação ou franquia.

As novas regras também preveem isenção de cobrança de coparticipação e franquia em mais de 250 procedimentos e eventos em saúde, tais como: consultas com médico generalista, exames preventivos e de pré-natal e tratamentos crônicos. Atualmente, os mecanismos incidem em qualquer procedimento. Com o estabelecimento de isenções, a ANS busca incentivar o adequado cuidado à saúde. Veja abaixo os procedimentos que não poderão ter cobrança de coparticipação e franquia:

Acesse aqui a tabela abaixo

  • Caso seja ultrapassado o limite de exposição financeira anual, os custos de utilização do plano de saúde passarão a ser integralmente arcados pela operadora, sendo proibida a cobrança de valores excedentes no ano seguinte.

No caso de atendimentos em pronto-socorro, somente poderá ser cobrado valor fixo e único – não importando a quantidade e o tipo de procedimento realizado. O valor deverá ser previamente conhecido pelo beneficiário e não poderá ser superior a 50% do valor da mensalidade, nem maior que o valor pago pela operadora ao prestador.

Outro aspecto importante é a determinação de um percentual máximo de coparticipação a ser cobrado do beneficiário, que não poderá ultrapassar 40% do valor monetário do procedimento ou evento em saúde efetivamente pago pela operadora ao prestador ou do valor da tabela de referência de procedimentos sobre os quais incidirá a coparticipação.

Acesse aqui a tabela abaixo:

A regulamentação dos mecanismos financeiros de regulação foi discutida pela ANS em diversas oportunidades. Em meados de 2016, os debates ganharam mais vigor, tendo sido constituído um Grupo Técnico específico sobre o assunto para ampla discussão com a sociedade. Na sequência, o tema passou por audiência pública, consulta pública, e, por último, foi realizada pesquisa aberta à participação de toda a sociedade. A consulta pública recebeu cerca de 1.140 contribuições da sociedade e a pesquisa contou com 645 contribuições.

As novas regras entrarão em vigor em 180 dias.

Fonte: ANS

Parkinson também afeta pessoas mais novas

Parkinson também afeta pessoas mais novas

Danielle Ianzer foi diagnosticada com a doença de Parkinson há 7 anos, quando tinha 35 anos. Para ela, a notícia foi um choque. “Quando recebi o diagnóstico, fiquei sem chão e sem perspectiva de futuro. Eu só chorava e fiquei assim durante dois anos e meio, em depressão profunda, não tinha vontade de gerenciar meu tratamento, de me cuidar, e acabei jogando isso nas costas do meu esposo e da minha família”, conta a cientista e pesquisadora que hoje tem 42 anos.

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa que acomete principalmente pessoas com mais de 60 anos. Contudo, a doença também atinge os jovens. Cerca de 10% dos pacientes com a doença têm menos de 50 anos e 2% menos de 40 anos. Essa é uma estatística importante, pensando no tratamento igual para todos, sem distinção de idade. A doença é degenerativa, crônica e progressiva. Ela afeta funções primordiais do corpo, como os movimentos e equilíbrio, e causa lentidão na mobilidade, tremores, diminuição dos reflexos, além de efeitos como depressão, alteração do sono, entre outros.

Como o Parkinson vai se revelando aos poucos durante os anos, os primeiros sinais e sintomas muitas vezes passam despercebidos pelo doente e por pessoas com quem ele convive. “Devido a minha idade, o diagnóstico foi mais difícil. Eu fui em alguns médicos, fiz vários exames e nada dava alterado”, conta a cientista. “Eu recebi diagnóstico errado, de tremor essencial, que é mais comum em pessoas mais jovens. Fazia o tratamento e não respondia. A doença foi avançando. Depois descobri a depressão por causa da minha condição. Quando eu já estava tomada de sintomas, veio o diagnóstico de Parkinson”.

Vibrar com Parkinson

Os sintomas se manifestam em forma muito semelhante tanto em pessoas mais velhas, como em pessoas mais novas. No caso dos jovens, essa patologia chega de mansinho e se manifesta de forma lenta, sem ser muito perceptível. Um dos grandes desafios das pessoas que convivem com Parkinson é a forma como lidar com a doença, não somente fisicamente, como também psicologicamente e socialmente. O envolvimento de familiares e amigos no tratamento é importante para a qualidade de vida.

Foi em 2013, após o período de depressão, que Danielle começou a mudar. Ela pesquisou sobre a doença e passou a desenvolver o projeto Vibrar com Parkinson, que a ajudou a lidar com a doença. Agora, ela quer ajudar outras pessoas a enfrenta-la também. “O projeto foi criado para conscientizar e informar pessoas que não sabem que os jovens podem desenvolver essa disfunção. O intuito do projeto é auxiliar pacientes, familiares e cuidadores na manutenção do bem-estar e da qualidade de vida, através de divulgação e difusão de informações sobre tudo que envolve a questão: tratamentos, remédios, pacientes e etc”, comenta.

Medicamentos no SUS

Pacientes com menos de cinquenta anos contam com mais um tratamento à disposição por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento levodopa será ofertado sem restrição de idade pelo Farmácia Popular. O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Marco Fireman, explica que houve uma mudança no perfil dos pacientes acometidos pela doença. “Dados da OMS [Organização Mundial da Saúde] têm mostrado um crescimento de diagnósticos precoces. A mudança da norma é para garantir atendimento a todas as pessoas que sofrem com a doença”, detalha.

Fireman explica que os sintomas da doença de Parkinson ocorrem pela falta de dopamina no sistema nervoso central. Essa substância atua na comunicação entre as células. “O tratamento da doença, portanto, é baseado na reposição da dopamina, por meio da medicação. A Levedopa, agora disponível para diagnósticos precoces da doença, é um precursor de dopamina. Com ela, é possível a redução dos sintomas da doença de Parkison”, afirma.

A oferta dos fármacos tem como objetivo proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes com transtornos associados à doença, que afetam 200 mil pessoas no país. Essa é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, atrás somente do Alzheimer. “A ampliação do atendimento é para garantir atendimento e melhor qualidade de vida para pacientes e seus familiares”, finaliza o secretário.

Tratamento multidisciplinar

O Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas sobre Parkinson foi criado em 2002, atualizado em 2010 e em 2017. O documento estabelece o tratamento multidisciplinar e apresenta os diversos sinais e sintomas da doença. O tratamento deve ser feito à base de medicamentos, com o intuito de reduzir a progressão de sintomas. A escolha do medicamento mais adequado leva em consideração fatores como estágio da doença, a sintomatologia presente, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo.

Caso a doença seja constatada, o tratamento deve ser feito à base de medicamentos, com o intuito da redução da progressão de sintomas. A escolha do medicamento mais adequado deverá levar em consideração fatores como estágio da doença, a sintomatologia presente, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo.

O SUS também oferece, para tratamento, os procedimentos de implante de eletrodo e implante de gerador de pulsos, ambos para estimulação cerebral. Na lista de materiais especiais, também constam o conjunto de eletrodo e extensão, além do gerador para estimulação cerebral. Atualmente, no Brasil há 27 estabelecimentos habilitados em Neurocirurgia Funcional Estereotáxica 105/008 (método minimamente invasivo de cirurgia cerebral) pelo Ministério da Saúde, sendo dois habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia e 25 habilitados como Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.

O SUS já ofertava acesso a sete medicamentos para tratamento da doença: Pramipexol; Amantadina; Bromocriptina; Entacapona; Selegilina; Tolcapona e Triexifenidil. Ainda existem outros três medicamentos – Levodopa+Carbidopa, Biperideno e Levodopa – que são ofertados por meio do Programa Farmácia Popular e podem ser retirados com até 90% de desconto.

Fonte: Blog da Saúde – Ministério da Saúde

 

Comportamentos e fatores de risco sinalizam vulnerabilidade ao suicídio

Comportamentos e fatores de risco sinalizam vulnerabilidade ao suicídio

Segundo especialistas, esses sinais não são apenas uma “chantagem emocional” e precisam ser levados a sério

A cabeleireira pernambucana Sibely Fernanda das Chagas Brito, 40 anos, já se perdoou pela morte do filho, Luan Felipe, 18, ocorrida em outubro de 2015. Mas não deixa de acreditar que deveria ter agido de forma diferente. “Ele chegou para mim e disse que tinha perdido a vontade de viver. Não levei a sério. Se eu tivesse levado a sério, meu filho não tinha partido.” No suicídio, não existem culpados, destacam especialistas. O que se pode fazer é ficar alerta a fatores de risco e a comportamentos que indicam a necessidade de se procurar tratamento.

No caso de Luan, descrito pela mãe como um jovem alegre e extrovertido, Sibely acredita que a ajuda médica chegou tarde. Ele deu sinais de estar com depressão depois de sofrer uma lesão na coluna que o fez acreditar na possibilidade de ficar tetraplégico. “O Luan sentia muita dor, mas não era nada grave, era uma contusão de ter feito exercício errado. Mas ele botou na cabeça que não ia mais andar e entrou em depressão. Levei ao médico, que passou remédios e disse que ele ficaria bom em uma semana. Duas semanas depois da consulta, ele morreu.”

Com base nos atos e nas tentativas, pesquisadores estabeleceram fatores de risco do suicídio (veja quadro), que, contudo, deve ser entendido como um fenômeno complexo e associado a múltiplas causas. “O comportamento suicida é multifacetado. Sabemos que boa parte dos casos pode apresentar sinais e sintomas de algum transtorno mental, sobretudo de depressão, mas isso não é universal”, observa Érica Assunção Carmo, pesquisadora da Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e autora de dois artigos sobre o tema publicados em revistas científicas. “Às vezes, a ideação suicida pode ser totalmente silenciosa, por isso a importância da atenção e da orientação dos familiares, por serem as pessoas mais próximas desses indivíduos”, alerta.

“Queria sumir”

O psiquiatra Humberto Corrêa, presidente da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps), recomenda a parentes e amigos que fiquem atentos a alguns sinais indicativos de adoecimento mental, como depressão. Estudos identificaram que mais de 96% das pessoas que morreram por suicídio tinham recebido algum diagnóstico psiquiátrico. “No geral, o indivíduo falou com pessoas próximas sobre o desejo de tirar a própria vida, disse que estava cansado de viver. Muitos pensam que é chantagem emocional. Mas mesmo que seja, a forma que se está fazendo isso já é doentia e merece atenção”, observa.

Algumas frases servem de alerta, diz o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, diretor e superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria (APB). “Queria sumir” e “O mundo vai ficar muito melhor sem mim” são algumas delas. No caso de adultos, o especialista afirma que o desejo súbito de “colocar ordem” nas finanças é um importante indicativo. “De repente, a pessoa começa a resolver tudo, paga IPTU, orienta herança”, observa. “Quando a pessoa está deprimida há muito tempo e tem uma melhora súbita, isso também pode ser um sinal”, ensina o médico.

Saber dizer

Da mesma forma que é preciso saber ouvir, os especialistas insistem na necessidade de dizer a coisa certa. O diretor da APB recomenda que jamais se fale “tenha força, coragem, fé” ou “deixe de frescura e preguiça” e, ainda, frases motivacionais, como “a vida é tão bonita”. “Em vez disso, diga que está sempre ao lado dela e que vai ajudá-la a procurar tratamento”, sugere. Tão importante quanto não deixar a pessoa sozinha são tirar o acesso a possíveis meios suicidas. “Restringir o acesso a métodos letais, como arma de fogo, funciona. Parte migra para outros métodos, mas sempre em uma proporção menor”, afirma o presidente da Abeps, Humberto Corrêa.

Antônio Geraldo da Silva defende a adoção de medidas coletivas de enfrentamento ao problema. Ele conta que tem um projeto pronto para implementação do selo amarelo nas construções — uma certificação de que as edificações impedem tentativas de suicídio, como janelas que não se abrem totalmente e pontes com proteção — mas, segundo ele, até hoje, nenhum governo se interessou pela ideia. Em março, um prédio no centro de Londres foi usado em uma campanha contra o suicídio. Oitenta e quatro estátuas foram colocadas no topo do edifício para lembrar que, semanalmente, o mesmo número de homens cometem o ato extremo no Reino Unido.

Do luto ao voluntariado

Inspirada pela história do filho, a cabeleireira vem desenvolvendo, ao lado de uma psicóloga e sem apoio externo, um trabalho voluntário com 40 crianças e jovens em Paratibe, no Recife. O projeto No Mundo da Lua aposta em atividades culturais, terapia e palestras como forma de prevenção. “Nem todos esses jovens têm risco de suicídio. Mas, como a depressão é uma caixinha de surpresa, tentamos tirá-los da vulnerabilidade”, afirma. O que Sibely acredita é na necessidade de quebrar o silêncio sobre esse assunto. Em 14 e 15 de setembro, mês de alerta mundial sobre o suicídio, ela vai organizar a 1ª Caminhada pela Vida de Paratibe, com a presença de 30 mães de várias partes do país, além de artistas e palestrantes.

Avanço entre jovens e idosos

Os estudos populacionais apontam que faixa etária é um importante fator de risco para o suicídio. No Brasil, o Mapa da Violência de 2014, publicação organizada pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, informou que, de 1980 a 2012, o número de suicídios entre pessoas com mais de 60 anos aumentou 215,7%. O primeiro boletim epidemiológico nacional sobre o assunto, divulgado pelo Ministério da Saúde no ano passado, mostrou que as taxas de suicídios são maiores em idosos a partir de 70 anos — 8,9  mortes por 100 mil habitantes de 2011 a 2016, contra 5,5 da média nacional no mesmo período.

“As altas taxas de suicídio em idosos podem ser reflexo das modificações promovidas pela transição demográfica. Um dos efeitos analisados nesse processo é o envelhecimento populacional”, observa a enfermeira Emelynne Gabrielly de Oliveira Santos, mestre em saúde coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e autora principal de um artigo sobre o tema publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. A pesquisadora lembra que os homens são ainda mais suscetíveis. “Alguns estudos apontam que, na velhice, quando a vida profissional cessa, a maioria dos homens atribui a nova fase da vida à falência do papel tradicional de provedor econômico e de referência familiar.”

Convívio familiar

Também preocupa o avanço dos casos entre crianças e adolescentes. Em 2015, essa foi a sétima causa de mortalidade entre brasileiros de 10 a 14 anos, e a terceira entre jovens de 15 a 29, faixa etária que tem taxa de nove ocorrências em cada 100 mil pessoas. Alguns estudos estão ajudando a compreender o fenômeno.

No Canadá, uma pesquisa realizada no Hospital St. Michael constatou que adolescentes de 12 a 17 anos retirados do convívio familiar têm risco duas vezes superior de tentar suicídio mais de uma vez, comparado a outros jovens que também já foram atendidos em emergências com lesões autoprovocadas. Da mesma forma, meninos e meninas com diagnóstico de doença mental apresentaram risco dobrado de uma segunda tentativa.

Mundialmente, 19,8% dos adolescentes têm ideações suicidas e, entre 3% e 8%, já fizeram tentativas, segundo o psiquiatra Paramala J. Santosh, do Grupo Acadêmico de Saúde Mental da Criança e do Adolescente do King’s College de Londres. Além dos transtornos de humor, do abuso de álcool e outras substâncias e de tentativas anteriores, ele destaca efeitos da mídia, histórico familiar, adversidades familiares, alienação social, disponibilidade de meios e exposição ao comportamento suicida como fatores de risco.

Em um comunicado divulgado pelo Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, Santosh faz um alerta: “A progressão de ideação suicida para a automutilação e, daí, para o suicídio não é absoluta. A automutilação pode escalar, e isso pode ser um marcador para suicídio. O risco de suicídio entre pacientes que se mutilam é centenas de vezes maior do que na população em geral”.

De cada 100 brasileiros, 17 já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. Desses, cinco planejaram o suicídio, três tentaram e um chegou a ser atendido em emergência, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

Principais fatores de risco

1.Doenças mentais: depressão, transtorno bipolar, transtornos associado a abuso de álcool e outras drogas, transtorno de personalidade e esquizofrenia

2.Aspectos sociais: ser do gênero masculino; ter entre 15 e 30 anos ou mais de 65; não ter filhos; morar em áreas urbanas; estar desempregado ou aposentado; viver em isolamento social; ter perdido o vínculo familiar; e pertencer a certos grupos, como indígenas, adolescentes, pessoas em situação de rua

3.Aspectos psicológicos: ter passado por perdas recentemente; apresentar pouca resiliência; apresentar personalidade impulsiva, humor instável ou agressividade; ser vítima de abuso físico ou sexual na infância; vivenciar desesperança, desespero ou desamparo

4.Condições de saúde: doenças orgânicas incapacitantes, dor crônica, doenças neurológicas, trauma medular, tumor maligno, HIV/Aids

Fatores de proteção

  • Ausência de doença mental
  • Bom suporte familiar
  • Laços sociais
  • Religiosidade (independentemente da afiliação religiosa)
  • Conviver com crianças em casa

Mitos sobre o suicídio

Não é verdade que:

  • Suicídio é uma decisão individual e de livre arbítrio
  • Quando uma pessoa pensa em suicídio, terá esse risco para sempre
  • Tentar suicídio é só uma ameaça
  • Não se deve falar sobre o tema
  • A mídia não deve abordar o assunto

Fonte: Correio Brasiliense

 

Diabete – Quanto mais se fala, mais consciência as pessoas têm

Diabete – Quanto mais se fala, mais consciência as pessoas têm

O ator José Loreto convive há 20 anos com a diabete tipo 1. Ele tinha 14 anos e viajava com a família quando percebeu que estava urinando com muita frequência. Na volta, o pai, médico, o levou para exames e descobriu que a glicemia estava alta. Desde então, o ator controla as taxas com alimentação equilibrada, insulina e exercício físico. Nas redes sociais, Loreto faz questão de falar sobre o assunto.

Por que incluir esse tipo de conteúdo em suas publicações?

É uma das coisas mais importantes que posso postar hoje. As pessoas têm vergonha de ser diferente. Fazer teste de glicose, aplicar insulina… É uma bobeira achar que isso é ser diferente. Isso faz parte da minha rotina. Assim como almoço e escovo os dentes, me alimento bem, faço exercício, meço a glicose e tomo insulina. Quando falo publicamente, tenho o maior feedback de pessoas diabéticas, de senhores a crianças. Quanto mais se fala, mais as pessoas entendem e mais consciência têm.

Como isso incentiva quem resiste ao tratamento? Todo diabético passa por fases, semanas de não se cuidar. Quando eu vejo outra pessoa falando sobre uma novidade, sobre algo que deu certo para ela, me sinto estimulado a me cuidar melhor e melhorar o tratamento. Eu também sigo uma galera, de médicos a pessoas que fazem culinária para diabético, piadas de diabéticos, um bocado de coisas relacionadas. O tratamento está se modernizando muito, quando fui diagnosticado o tabu era maior. Mas as pessoas ainda ficam muito assustadas em relação à doença.

No seu caso, é mais difícil monitorar na rotina de gravações? Sempre consigo entre uma cena e outra. Controlo a glicemia dando pausa rápida a cada três horas. Me alimento, tomo insulina e faço teste. Como o estresse de um dia puxado afeta a glicemia, medito no dia anterior e vou o mais equilibrado possível, com todos os meus apetrechos. Posso esquecer a carteira e o celular, mas o medidor, a insulina e algum alimento sempre tenho de ter.

Referência: Estado de São Paulo

Fonte: Capitólio Consulting