Bem, além da imensa maioria não ter expertise neste processo, preferem continuar bebendo da fonte (esgotável embora muitos não acreditem) de agenciamentos e grandes comissões desalinhadas da percepção de valor que efetivamente geram para boa parte dos clientes na gestão de seus benefícios. Por que abrir mão disto? Por que despertar nas empresas algo que, do ponto de vista técnico, seria melhor para a sustentabilidade do plano de saúde deles e estaria isento do conflito de interesse de quanto maior o reajuste maior a receita? Pensando bem, muitas empresas têm os parceiros que merecem.
Já no caso das auto-gestões, não tenho propriedade sobre o assunto, mas imagino que os motivos são semelhantes àqueles que presenciei em uma grande empresa que havia sido privatizada, desmontando tempos depois a sua auto-gestão. Aqui a principal barreira talvez seja política. Colaboradores sentem-se órfãos de uma época em que a mãe estatal pagava por tudo sem controles e sem restrições. Recordo-me que para mudar uma vírgula na política de benefícios da referida empresa se faziam necessários inúmeros estudos seguidos de reuniões com representantes dos sindicatos dos empregados. De fato, estavam na mesa propostas técnicas que iam impactar a vida dos colaboradores. Mas ao mesmo tempo era triste ver o quanto a empresa muitas vezes titubeava diante da ameaça de, ao nada ou pouco fazer, colocar em risco, não só a sustentabilidade do benefício, mas da própria empresa. Tenho dito que a crise pelo qual o país passa tem trazido enormes oportunidades de pararmos, refletirmos e buscarmos novos caminhos. Este é o lado pedagógico da crise. As mentes se abrem, os preconceitos se esvaziam, o horizonte se ilumina e as respostas surgem. Não se iluda! No caso de grandes empresas, públicas ou privadas, o pós-pagamento veio para ficar e contribuir, conjuntamente com a efetiva gestão por parte da empresa e corresponsabilidade de seus colaboradores, para a sustentabilidade do benefício saúde.
“..mas da própria empresa. Tenho dito que a crise pelo qual o país passa tem trazido enormes oportunidades de pararmos, refletirmos e buscarmos novos caminhos.”
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