Maioria dos casos de febre amarela de São Paulo ocorreu em cidades consideradas pelo Ministério da Saúde sem risco para a doença. Dos 40 registros, desde janeiro de 2017, 31 estão em áreas sem recomendação de vacina. No Rio, Fundação Oswaldo Cruz prepara estoque. Na capital paulista, governo pede ‘calma’ à população.
Um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar todo o Estado de São Paulo como área de risco para febre amarela, aumentou ainda mais a procura em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O fluxo causou longas filas e desabastecimento. A Secretaria Municipal da Saúde alegou um problema “pontual e momentâneo”. O prefeito João Doria (PSDB) pediu “calma” à população.
Na UBS Maria Cecília Ferro Donnangelo, na Vila Penteado, zona norte, por exemplo, funcionários informavam que a vacina tinha acabado pouco antes do meio-dia. O funcionário público Wilson Alves Vianna, de 54 anos, trabalha na Baixada Santista, mas mora na região e estava aproveitando a folga para tentar a imunização. “Pensei que ia ser mais fácil tomar a vacina, mas este é o segundo posto que vou e não tem.”
Uma longa fila composta por moradores das zonas norte e leste se formou na calçada da UBS Mariquinha Sciáscia, no Tremembé. A advogada Andreza Missi, de 32 anos, saiu de São Miguel Paulista, na zona leste, com o marido e as filhas de 9 meses e 13 anos para a imunização. “Minha cunhada tomou aqui e disse que tinha a dose e a fila não estava quilométrica, como na zona leste.”
A esteticista Elisete Storer, de 51 anos, encontrou dificuldades também para vacinar a irmã de sua nora e a neta de 4 anos na Vila Carrão, zona leste, e também na zona norte, pois se deparou com postos desabastecidos. “Eu tomei na segunda-feira. Como a vacina foi dada antes aqui, os postos estavam mais vazios. Não imaginei que seria assim cheio.”
“Eu rodei sete postos hoje (ontem) e não encontrava senha nem vacina. Não tomei a vacina antes, porque não achava que a situação ficaria assim. Está muito difícil.” Jaqueline Medeiros de Siqueira
Doria. Em entrevista à Rádio Capital, o prefeito ressaltou que “não há nenhuma razão para pânico”. “As vacinações estão ocorrendo. As filas são muito grandes desnecessariamente porque as pessoas, no pânico, vão se vacinando sem necessidade”, afirmou.
Autor: Paula Felix – Referência: Estado de São Paulo
Fonte: https://capitolio.com.br/noticias/2018/01/19/febre-amarela-a-caca-da-vacina/
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