por Equipe 4 Health | ago 22, 2018 | Notícias de mercado
Como em outros segmentos, o limite entre a inovação tecnológica e a ética médica preocupa profissionais que atuam na área, nem sempre preparados para agir quando o assunto é a privacidade de dados, como constataram especialistas no Summit Saúde. “Estamos no furor da transformação digital da  saúde, na prática médica e na gestão, mas essa transformação tem implicações éticas que precisamos considerar e respeitar”, disse Reinaldo de Oliveira, professor de Bioética da Faculdade de Medicina da USP.
Para ele, embora no meio digital exista grande facilidade para troca de informações, a privacidade de dados dos pacientes deve estar sempre em primeiro lugar, pois a assimilação de novas ferramentas e tecnologias não pode alterar os princípios éticos que regem a conduta dos profissionais da área. O professor acredita que, atualmente, existe um processo emancipatório em relação ao paciente e sua saúde, facilitado pelo uso de novas tecnologias. “O consentimento consciente dá ao paciente a possibilidade de traçar com o médico suas diretivas, com autonomia, princípio importante que deve ser respeitado.”
Ainda que não haja sigilo absoluto nos meios digitais, os especialistas afirmaram que é preciso saber diferenciar compartilhamento de conhecimento de quebra de sigilo. Marcelo Felix, responsável pela estratégia digital em saúde do Hospital Albert Einstein, acredita que as tecnologias digitais são recursos importantes para a gestão da saúde, mas podem tornar mais fácil a exposição de pacientes. “Devemos sempre nos questionar até que ponto um dado divulgado cria conhecimento e, no ambiente hospitalar, manter atenção ao maior fator de proteção de dados, que é o comportamento de funcionários e pacientes”.
Fábio Tiepolo, fundador da Docway, startup que desenvolveu um aplicativo para agenda de consultas e exames em domicílio, disse que a conexão entre médicos e pacientes, mesmo quando fora do ambiente hospitalar, deve considerar preceitos éticos da Medicina. “O uso dessa tecnologia já foi regulamentado, mas a responsabilidade quanto ao sigilo precisa ser dividida entre todos os usuários.”
“Assim como os bancos mudaram o conceito de atendimento, com caixas eletrônicos e internet banking, o setor de saúde seguirá o caminho do atendimento conectado”, afirmou o especialista em tecnologia na área da saúde Chao Lung Wen, da Faculdade de Medicina da USP. Para isso, ele acredita ser preciso criar uma consciência social entre os profissionais da saúde, com base nos melhores comportamentos, e reforçar a importância de ética e responsabilidade na formação dos médicos e profissionais de saúde. “A área de saúde e medicina é dispersa e vulnerável e não há segurança perfeita. Se falta de cuidado ou prevenção é negligência, é preciso deixar claro que apropriação e uso indevido de dados é crime.”
Autor: Samuel Antenor
Referência: Estado de São Paulo
Fonte: Capitólio Consulting
por Equipe 4 Health | ago 21, 2018 | Notícias de mercado
Os cigarros eletrônicos são apresentados como uma opção mais segura aos fumantes, mas um novo estudo, publicado esta semana no periódico “Thorax”, revela que eles podem ser mais danosos do que se pensava. Segundo análise de pesquisadores da Universidade de Birmingham, o vapor produzido por esses dispositivos aumenta a produção de químicos inflamatórios e desativa células que protegem o pulmão.
Três em cada cinco pessoas que experimentam cigarros se tornam fumantes diárias
— Eu não acredito que os cigarros eletrônicos sejam mais danosos que os tradicionais — afirmou o professor David Thickett, líder das pesquisas. — Mas nós devemos ser céticos de que eles sejam tão seguros quanto estamos sendo levados a acreditar.
Esses dispositivos eletrônicos usam o calor para vaporizar um líquido, e os fumantes inalam o vapor, em vez da fumaça. Normalmente, os fluidos possuem glicerina, aromatizantes e a viciante nicotina, presente no tabaco. Até então, os estudos se concentravam na composição química dos líquidos, antes da vaporização. Em geral, as análises indicam que eles são menos perigosos que os cigarros tradicionais, mas também possuem substâncias danosas, como o aromatizante diacetilo e metais, como o chumbo.
Efeitos do Vapor
No novo estudo, os cientistas focaram nos efeitos do vapor sobre os tecidos pulmonares. Eles extraíram macrófagos alveolares — células presentes nos pulmões que destroem elementos estranhos ao corpo — de tecidos pulmonares fornecidos por oito pessoas que nunca fumaram, nem tiveram asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica.
Para avaliar o efeito do aquecimento do fluido, eles criaram uma técnica para imitar o fumo e condensaram o vapor. Uma parte das células foi exposta a esse material condensado; outra parte, ao líquido antes de ser usado nos cigarros eletrônicos; e uma terceira parte foi mantida como controle. Os resultados mostraram que o condensado foi significativamente mais danoso às células que o líquido, e que os efeitos pioravam com doses maiores. E também foi notado um aumento na produção de químicos inflamatórios.
“A exposição dos macrófagos ao vapor condensado induziu muitas das mesmas alterações celulares e funcionais vistas em fumantes de cigarros e em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica”, concluíram os pesquisadores.
Thickett destacou que muitas empresas de cigarros eletrônicos estão sendo compradas por gigantes do tabaco e “certamente existe uma campanha para apresentar os cigarros eletrônicos como seguros”. Segundo Thickett, os cigarros eletrônicos são mais seguros que os tradicionais, mas isso não significa que eles não produzam danos no longo prazo, até porque estudos desse tipo ainda não puderam ser realizados.
— Em termos de moléculas causadoras de câncer na fumaça do cigarro, comparando com o vapor, certamente existe uma redução no número de substâncias carcinogênicas — afirmou Thickett. — Os cigarros eletrônicos são mais seguros em termos de risco de câncer, mas se você usar por 20 ou 30 anos, podem causar doença pulmonar obstrutiva crônica. Isso é algo que as pessoas devem saber.
Referência: Globo Online
Fonte: Anahp
por Equipe 4 Health | ago 21, 2018 | Notícias de mercado
Já virou lugar comum falar sobre a necessidade de se buscar e cultivar bons hábitos de saúde. Até porque os dados sobre a situação do brasileiro são alarmantes. Como apontamos, a cada 6 beneficiários de planos de saúde, 1 é obeso. De acordo com o Vigitel Saúde Suplementar, em 2016, 17,7% dos brasileiros com plano de saúde eram obesos, ou seja, apresentaram índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30kg/m².
A média do brasileiro é ainda pior. Dados do Ministério da Saúde mostram que 18,9% da população acima de 18 anos nas capitais brasileiras é obesa. O percentual é 60,2% maior que o obtido na primeira vez que o trabalho foi realizado, em 2006, quando essa parcela era de 11,8%.
Em todo o mundo, a obesidade é uma das principais causas de morte e está relacionada a uma variedade de comorbidades. Além disso, a obesidade pode resultar em até 30% mais gastos com saúde do que em pacientes não obesos. Embora exista uma ampla literatura médico-econômica sobre os custos da obesidade, há poucas descrições na literatura sobre a utilização específica de recursos do Pronto-Socorro (PS).
Sendo assim, o trabalho “Obesity and emergency care in the French CONSTANCES cohort” (Obesidade e atendimento de emergência numa coorte populacional) publicado na 22º edição do Boletim Científico avaliou e comparou as taxas de visitas de emergência da população obesa (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 30kg/m²) em relação aos participantes com peso normal, levando em consideração comorbidades e situações socioeconômicas.
Utilizou-se uma coorte epidemiológica francesa denominada “CONSTANCES”, uma amostra aleatoriamente selecionada de adultos franceses. Foram incluídos 21.035 participantes com peso normal e 5.003 obesos. O estudo concluiu que os participantes obesos visitaram o pronto-socorro com mais frequência do que os participantes com peso normal com uma taxa de 30,5% contra 26,7% entre os homens e 30,3% ante 24,4% entre as mulheres.
Portanto, pode-se, de fato, apontar uma relação direta entre a obesidade e a utilização de recursos de cuidados de emergência, aumentando ainda mais em casos de obesidade severa. Sendo assim, esse aumento da população obesa no Brasil de 60,2% em 12 anos impacta diretamente nos desafios dos setores de saúde, que já buscam alternativas para lidar com a maior longevidade e, consequentemente, aumento de comorbidades da população, entre outros fatores.
Má alimentação, pouca atividade física e sedentarismo são fatores determinantes para excesso de peso e obesidade, em conjunto com outros hábitos de vida e consumo. Portanto, é cada vez mais clara a necessidade de políticas e ações voltadas para maior conscientização de diferentes populações sobre as consequências do estilo de vida.
Fonte: IESS
por Equipe 4 Health | ago 21, 2018 | Notícias de mercado
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) acatou proposta, apresentada como sugestão legislativa pelo Instituto Oncoguia, para que os planos de saúde sejam obrigados a cobrir tratamentos contra o tabagismo. Segundo o texto, que começou a tramitar no Senado como projeto de autoria da CDH (PLS 363/2018), a cobertura, além do atendimento ambulatorial, deverá incluir o fornecimento de medicamentos para quem quer se livrar da dependência de nicotina.
O Instituto Oncoguia citou uma pesquisa da Aliança de Controle ao Tabagismo (ACT) dando conta que o país dispende cerca de R$ 20 bilhões anualmente com o tratamento de doenças relacionadas ao cigarro. Um valor 3,5 vezes superior ao que a Receita Federal arrecada sobre a tributação de produtos derivados do tabaco. A entidade ainda avalia que as próprias operadoras de planos de saúde serão beneficiadas com a medida, pois cairão seus custos relacionados ao tratamento das 50 doenças relacionadas ao consumo do tabaco.
Por fim, o Oncoguia alerta que a dependência de nicotina gera um grande desconforto psicológico e físico aos fumantes que tentam se livrar deste vício, o que diminui as chances de êxito. E que 80% dos fumantes desejam parar de fumar, mas apenas 3% conseguem fazer isso sozinhos, o que demanda portanto tratamento específico.
Referência: Agência Senado
Fonte: Anahp
por Equipe 4 Health | ago 16, 2018 | Notícias de mercado
A 3ª Turma do STJ decidiu, por unanimidade, que planos de saúde voltados para microempresas familiares devem ter as mesmas garantias de planos individuais para manutenção do contrato. Os ministros obrigaram a Unimed de Porto Alegre a reativar convênio com uma empresa cujo plano tinha como beneficiários apenas o proprietário, a mulher e a filha. O contrato estava em vigor desde 2009 e foi rescindido pela Unimed em 2013, pouco depois de o dono da empresa ter sofrido traumatismo craniano com graves consequências.
Referência: Estado de São Paulo
Fonte: Capitólio Consulting
por Equipe 4 Health | ago 14, 2018 | Notícias de mercado
Na última semana, divulgamos a mais recente edição da NAB, que mostra os números de beneficiários de planos de saúde entre os meses de junho de 2017 e o mesmo mês de 2018. Com leve variação negativa no número de beneficiários de planos médico-hospitalares ao longo do primeiro semestre, o setor começa a demonstrar estabilidade, a despeito da grande perda de beneficiários nos últimos anos. Como uma tendência em todas as edições do boletim, o mercado de planos exclusivamente odontológicos segue como destaque positivo na saúde suplementar brasileira.
Os dados mostram que, no período de 12 meses, houve um crescimento de mais de 1,5 milhão no total de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos em todo o país, representando uma variação de 6,9%. Já na variação de três meses, entre março e junho de 2018, o aumento foi de 3,1%. Ou seja, mais de 700 mil novos vínculos deste tipo de plano.
Entre as regiões, o destaque positivo desta vez foi o Centro-Oeste. No período de 12 meses encerrado em junho, a região foi a que apresentou maior crescimento proporcional. A entrada de mais de 100 mil novos beneficiários representou alta de 8,4%.
Já em números absolutos, a região Sudeste apresentou aumento de mais de 865 mil beneficiários. Nessa região o destaque é o Estado de São Paulo, que apresentou aumento de 470.931 beneficiários no mesmo período, alta de 6% no período de 12 meses encerrado em junho de 2018. Em todo o país, apenas Roraima apresentou queda no período analisado, com 228 vínculos a menos quando comparado com junho de 2017.
O bom resultado no período elevou a taxa de cobertura de planos exclusivamente odontológicos em todo o país para 11,2%. Em junho do ano passado, a taxa era de 10,6%. Apesar de ter superado o 23 milhões de beneficiários no país, o segmento de planos exclusivamente odontológicos ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares no país.
Portanto, ainda há muita margem para amadurecimento deste setor, que conta com custos mais “atraentes” do que o de planos médico-hospitalares e maior facilidade de acesso por parte da população.
Fonte: IESS