por cibele | mar 31, 2020 | Saúde Corporativa
Talvez em algum momento você tenha se perguntado: o que vou fazer com tanto tempo disponível durante a quarentena?
Uma nova rotina de trabalho foi instaurada por grande parte de população e poucos compreendiam suas reais consequências. Passado alguns dias, percebemos que alguns profissionais estão trabalhando igual ou até mais do que trabalhavam anteriormente, enquanto outro grupo tem experimentado uma redução no ritmo das demandas.
Novos tempos exigem novas atitudes. Estamos em casa sim, mas esta pode ser uma ótima oportunidade para estudar, se profissionalizar, e opções para isso não faltam. Diversas plataformas virtuais disponibilizaram mais de 600 cursos online gratuitos para qualificação profissional, buscando ajudar quem deseja usar esse tempo para se atualizar e expandir conhecimento.
Consulte algumas opções e inicie agora mesmo:
Com o objetivo de formar profissionais com performance em comunicação digital, oferecem cursos de Marketing Digital, E-commerce, Redes Sociais e Transformação Digital, onde os alunos aprendem em aulas práticas, com professores de mercado e influenciadores digitais.
O Senac liberou diversos cursos de extensão universitária, nas áreas de Educação, Gestão e Saúde, cursos livres, conteúdos autoinstrucionais e vídeos. Todos os participantes dos cursos receberão certificados com validade em todo território nacional. Com exceção da lista de conteúdos autoinstrucionais.
Através da plataforma EdX, a renomada universidade disponibilizou mais de 100 cursos, todos em inglês.
Cursos de requalificação para pessoas acima de 50 anos em informática, marketing, gestão financeira, inglês e comunicação online.
Plataforma de ensino a distância liberou mais de 40 cursos, desde o excell básico, até programação, inclusive para crianças.
12 cursos online gratuitos com certificação. Entre os temas estão: finanças pessoais, tecnologia da informação, empreendedorismo, entre outros.
Liberaram 55 cursos online gratuitos sobre gestão empresarial, marketing e organização pessoal.
Através da plataforma Coursera, disponibilizaram 17 cursos online, entre eles você encontra marketing digital, criação de startups, origem da vida no conceito cósmico, entre outros.
Escola de metodologia crativa de São Paulo, oferece diversos cursos livres.
Estão oferecendo diversos cursos sobre arte e criação.
O Bradesco criou a Escola Virtual, com mais de 90 cursos gratuitos. Não é necessário ter conta no banco para acessar o conteúdo.
Oferecem atividades gratuitas para testar o inglês.
Está oferecendo mais de 85 cursos gratuitos para empresários.
A plataforma oferece diversos cursos sobre trabalho remoto, gestão e produtividade. É possível fazer uma avaliação gratuita de um mês.
Diversas palestras sobre os mais diversos assuntos, dê uma olhada nos mais vistos de todos os tempos.
Não é fácil ficar em isolamento, mas é importante tentarmos tirar o máximo de proveito desse tempo em casa. Dê uma olhada em nossas sugestões, veja o que tem mais interesse e aproveite!
por cibele | mar 31, 2020 | Saúde Corporativa
Estamos em quarentena no Brasil e, pela primeira vez em nossa história, nosso povo, em sua grande maioria, estará trabalhando de casa.
O trabalho em home office é novidade para muita gente. Quando trazemos o trabalho para dentro de casa, existem muitas interferências e o rendimento final e a sensação de dever cumprido podem ser comprometidos. Afinal, toda a família estará em casa também, e nem todas as pessoas têm um quarto isolado e a disposição para trabalhar. A poluição sonora e visual pode atrapalhar as atividades.
Antes de mais nada, é importante estar tranquilo e enfrentar os desafios com bom humor, o que é super importante para preservar a nossa imunidade.
Existem alguns truques e pequenos ajustes que podem ajudá-lo(a) a enfrentar esse período de forma mais natural e profissional:
1. VERIFIQUE TODA A ESTRUTURA
Para realizar suas atividades com sucesso, seu computador deve estar funcionando bem, sem oscilações. Se perceber que algo está errado, converse com a área responsável por esse assunto em sua empresa e tente trocar de máquina ou fazer os ajustes necessários. Ninguém conseguirá realizar um bom trabalho com uma máquina muito lenta ou que apresente algum problema.
A Internet também precisa estar funcionando adequadamente. Nunca dependemos tanto dela. Verifique com frequência se o fluxo de informações está bom ou se é necessário pedir uma ajuda técnica ao seu provedor. O trabalho em casa exige conexão constante.
Em muitas empresas, o home office só é possível tendo acesso remoto aos arquivos e plataformas da organização. Se esse for o seu caso, cheque constantemente se tudo está funcionando bem e, caso não consiga acessar algo, solicite a ajuda do técnico responsável.
Na medida do possível, separe um cantinho para trabalhar. Reserve um espaço para isso. Se não for possível, escolha o melhor lugar, onde a conexão de Internet é boa e onde não exista um fluxo constante de pessoas. Faça desse espaço o seu escritório. Organize a mesa com tudo o que você precisa e escolha uma cadeira confortável. A tomada para ligar o computador e carregar o celular deve estar próxima, para não deixar você na mão nem causar acidentes.
2. CRIE UMA ROTINA
Diante de uma temporada em casa sem previsão de término, podemos confundir com um período mais tranquilo de trabalho, ou até misturar outras atividades em paralelo. Uma vez que estamos em casa, isso é quase inevitável. Por conta da quarentena, a maior parte das famílias dispensou qualquer ajuda e, no meio do trabalho diário, haverá a inclusão de outras atividades, como lavar roupa, preparar o almoço e até colocar a casa em ordem. Tudo bem. O importante é criar uma programação diária e semanal e tentar segui-la. Dessa forma, será possível dar conta de tudo. Destacamos alguns pontos importantes para este item:
- Se você tem filhos, estabeleça uma rotina para as crianças.
- Determine horários para acordar, dormir, comer e realizar outras atividades.
- Se o seu trabalho requer silêncio, concentração e até a criação de textos ou outros materiais, determine uma parte do dia para se desligar de tudo, inclusive dos celulares, a fim de ser realmente produtivo.
- Defina horários específicos que conversem com a rotina que você estabeleceu, para as reuniões online com a sua equipe de trabalho.
- Cuide da segurança da informação de tudo o que você faz. Toda empresa necessita que muitos assuntos sejam tratados com sigilo e arquivados de forma protocolar.
3. FIQUE ATENTO
- Faça pausas entre uma atividade mais intensa e outra.
- Programe o seu dia: crie uma lista de tarefas que você deseja cumprir e busque realizá-las.
- Cheque os e-mails e mensagens em horários específicos, caso contrário você pode se perder nesse novo formato de trabalho.
- Determine a sua jornada de trabalho e tente realizar todas as suas atividades dentro dela.
- Aproveite o tempo que você estaria em transporte coletivo ou no trânsito. São horas que você ganhou para brincar com os seus filhos, socializar com a família ou ligar para os amigos.
- Use e abuse das ferramentas tecnológicas. Hoje existem diversas plataformas que permitem unir várias pessoas ao mesmo tempo para reuniões e bate-papos online, tornando tudo mais humano e próximo. Algumas delas são: Zoom, Whereby, Facetime, Skype, entre outras.
- Observe o seu humor e as suas emoções. Se estiver se sentindo esquisito, triste, sem esperança, peça ajuda. O isolamento social pode nos trazer sentimentos tristes, mas é nesse momento que você precisa acionar a sua rede de amigos, que com certeza estará pronta para ajudar. Se você já tem um histórico de depressão ou oscilação de humor, não demore para contatar o seu médico.
Eu sei que parece muita coisa, mas no fundo pode ser mais simples e divertido do que parece.
Não tenho a menor dúvida que após essa época de isolamento, muita coisa vai mudar em nossa forma de trabalhar, e talvez o home office venha a fazer parte da rotina de um número maior de pessoas.
Sobre a Autora:
https://www.linkedin.com/in/debora4health/
Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria. Profissional de RH, especializada na gestão de programas de saúde e benefícios corporativos, atuando há mais de 26 anos nesse mercado junto a empresas nacionais e multinacionais, em diversos países.
por cibele | mar 30, 2020 | Saúde Corporativa
O isolamento social pegou todo mundo de surpresa e não é nenhuma novidade que nunca vivemos uma época com tantas pressões e fragilidade emocional.
Nesses novos tempos, poucas pessoas estão preparadas psicologicamente para o isolamento social necessário. Uma grande parte dos que estão passando por esse momento, estão ansiosos, estressados, com medo e alguns até desesperados. O pior é que esse quadro emocional acaba afetando diretamente o sistema imunológico desses indivíduos, que neste momento precisaria estar fortalecido, para suportar com mais resiliência os possíveis ataques do vírus, caso tenham a infelicidade de serem infectados.
Existem alguns procedimentos simples que podem ajudar a reduzir a ansiedade decorrentes de questões emocionais que impactam diretamente na saúde das pessoas. Observe as dicas abaixo:
1. USE A TECNOLOGIA A SEU FAVOR, APROXIME-SE DAS PESSOAS
Existem diversas plataformas gratuitas e fáceis de usar que podem conectar as pessoas virtualmente; zoom, whereby, skype, facetime entre outras. Marque conversas e encontros virtuais com seus amigos. Esteja em contato com a família mesmo a distância. Essas conversas online, permitem que você veja o outro, interaja com ele, sorria muito e se sinta menos sozinho. Crie uma agenda de encontros virtuais e você vai perceber que é possível enfrentar esse isolamento social criando conexão com as pessoas que você ama. Aproveite esse momento para falar com pessoas que você não vê a tempos. O sentimento de pertencimento a grupos e comunidades protege contra a depressão e transtornos ansiosos.
2. NÃO FIQUE SEDENTÁRIO
Se você tem uma rotina periódica de exercício tente manter o ritmo e a frequência. Existem diversos sites e aplicativos com dicas de treinos curtos e longos que podem ajudá-lo a manter a forma mesmo dentro de casa.
Caso você não tem uma rotina de exercícios tente caminha dentro de casa, se mexer enquanto assiste TV. A atividade física, principalmente quando você transpira libera serotonina e dopamina, que são neurotransmissores do bem estar. A regra é não ficar parado mas sempre observando os seus limites.
3. SEJA SELETIVO COM AS NOTÍCIAS QUE VAI LER
Em tempos de fake news, todo cuidado é pouco. O coronavírus trouxe uma enxurrada de notícias, vídeos e memes nem sempre confiáveis e o contato direto com toda essa informação, pode afetar diretamente o nosso humor. Notícias falsas e boatos podem gerar sentimentos ruins. Ao aceitar informações de especialistas e médicos somente, você pode ajudar a conter o pânico. Determine um horário fixo para acompanhar as notícias, escolha uma fonte confiável e depois preencha o seu tempo e a sua mente com coisas boas.
4. SEJA SELETIVO COM O QUE VAI ASSISTIR NA TV
Nunca tivemos tantos filmes, séries, documentários e conteúdos a disposição e podemos usar tudo isso a favor da nossa imunidade. Escolha filmes que te façam sorrir, gargalhar e promovam o bem estar. Nesse caso a comédia irá se sobrepor ao drama ou ação. O sorriso, a gargalhada, estimulam a parte do cérebro responsável pelas sensações de prazer, relaxamento, satisfação bom humor.
5. OUÇA BOAS MÚSICAS, LEIA POESIAS, BONS LIVROS, VISITE MUSEUS ONLINE ENTRE OUTRAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS
A arte promove afetos positivos, desde que você aprecie essa forma de expressão. Aproveite esse momento de pausa e contemple as obras de grandes artistas. Existem vários museus abertos para visitas onlines.
Se você tem talentos artísticos se aventure, crie.
6. FORTALEÇA SUAS PRÁTICAS ESPIRITUAIS
Já não é novidade que os benefícios da espiritualidade e da religiosidade para saúde são inúmeros. Desde o início da quarentena os cultos e encontros religiosos foram pausados mas existem grupos se encontrando online, conteúdo de ótima qualidade disponível na internet e no youtube e diversos grupos de oração e meditação abertos no whatsApp. Se conecte com Deus, fortaleça a sua espiritualidade, está provado que essas práticas, desde que façam sentido para você terão impacto direto no seu bem estar e na sua saúde.
7. PRATIQUE MEDITAÇÃO, CONTEMPLAÇÃO E ORAÇÃO
Todas essas práticas promovem um ritmo interno mais tranquilo e a alteração do fluxo de pensamentos repetitivos que podem disparar o medo. Nunca foi tão fácil praticar, existem diversos aplicativos que podem ajudá-los(as) nessa caminhada. Dentro de casa crie momentos agradáveis, se debruce por um tempo na janela, contemple o céus, coloque uma música gostosa de fundo, algo que te faça sorrir, regue as plantas, aprecie a natureza. Pulverize um óleo ou essência especial pela casa. Se não tiver algo parecido, coloque água para ferver com canela, cravo, gengibre e deixe esse perfume tomar conta do ambiente. Abra as janelas, traga as plantas para dentro de casa, mude algum móvel de lugar, crie ambientes acolhedores, estimule os sentidos e o seu corpo vai reponder de forma positiva, gerando bons sentimentos.
8. FOCO NO QUE VOCÊ PODE CONTROLAR
Não podemos controlar tudo, mas existem coisas que podemos fazer para aliviar e reduzir os riscos. Converse com pessoas próximas e veja se existe algo que você pode fazer para ajudá-las. Muitas vezes, idéias simples podem fazer total diferença e ao fazer isso você fortalece as suas conexões.
9. APOIE AS CRIANÇAS EM SUAS EMOÇÕES
Os sentimentos das crianças são reais e, como adultos, podemos ajudá-los, o primeiro passo e entender e respeitar. Enquanto estamos lutando com as nossas emoções, precisamos ajudar a gerenciar as delas. Não precisamos compartilhar tudo, mas se os pequenos sentirem medo da nossa parte, isso irá aumentar o nível de ansiedade deles. Nesse momento precisamos ser autênticos e gerenciar as nossas próprias emoções.
10. NOMEIE AS SUAS EMOÇÕES, FIQUE ATENTO(A) A ELAS
Negar a situação e se se manter apreensivo não ajuda em nada. Perceber os nossos sentimentos, dar nome a eles, nos ajuda a gerencia-los.
Se você identificou o que está sentindo, falar em voz alta e ouvir a sua fala pode ajudar a entender melhor.
De qualquer forma, fique atento as emoções e busque ajuda. Nem uma sensação ou sentimento ruim deve permanecer em você por muito tempo. Quando perceber que algo maior, que você não consegue entender e está tirando a sua alegria, paz e até a vontade de viver; compartilhe as suas emoções com alguém da sua confiança e não deixe de pedir ajuda profissional também, se puder! Com a intervenção correta em poucos dias você voltará a se sentir melhor. O desequilíbrio químico do nossa corpo é algo que deve ser observado com seriedade e um médico especialista sabe lidar com isso. De qualquer forma, fique atento as emoções e busque ajuda. Nem uma sensação ou sentimento ruim deve permanecer em você por muito tempo. Quando perceber que algo maior, que você não consegue entender e está tirando a sua alegria, paz e até a vontade de viver; compartilhe as suas emoções com alguém da sua confiança e não deixe de pedir ajuda profissional também, se puder! Com a intervenção correta em poucos dias você voltará a se sentir melhor. O desequilíbrio químico do nossa corpo é algo que deve ser observado com seriedade e um médico especialista sabe lidar com isso.
11. PARE DE DISCUTIR SOBRE O CORONA E SUAS IMPLICAÇÕES POLÍTICAS OU FILOSÓFICAS
Neste exato momento, nossa situação piorará se entrarmos em discussões e brigas por opiniões diferentes. Mesmo que você ganhe o debate com seus argumentos, a situação sua, dos seus amigos e a realidade mundial não será alterada. Isso poderá apenas aumentar intrigas, gerar mais separações (piorando o isolamento) e agravando o estado emocional ruim das pessoas. Ocupe-se em conversar coisas agradáveis, em ligar para alguém para declarar seu afeto, para ajudar muitas pessoas que precisam do seu apoio neste momento, com recursos financeiros, alimentos, suporte emocional, logístico (para idosos que não podem ir fazer compras)… Quando você ajuda a alguém, acaba esquecendo seu senso de vitimismo e se torna protagonista da situação. O amor que você entrega, fortalece o outro e a si mesmo.
Esse foi escrito por Débora Carrera Maia, Sócia e Diretora da 4Health consultoria e Fernando Rochael, Mestre em psicologia.
por Equipe 4 Health | out 2, 2019 | Saúde Corporativa
Mauricio Ceschin é médico, especialista em gestão de saúde. Foi presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, superintendente do Hospital Sírio-Libanês e presidente da Qualicorp. Nesta entrevista ele faz uma análise do momento atual do setor de saúde suplementar no Brasil e afirma acreditar que há compromissos e avanços. Destaca a importância da adoção de práticas condizentes com a mudança de perfil demográfico e epidemiológico da população, além de modelos de financiamento que garantam a permanência dos idosos no sistema de saúde. Quando se trata da contenção do aumento de custos e da inflação médica, Ceschin considera que o setor não tem produzido resultados satisfatórios e que as melhores práticas precisam se tornar referência. Para ele, as empresas também podem melhorar suas práticas de gestão da saúde dos colaboradores, pois hoje o processo do cuidado com a saúde começa sempre na empresa.
Com base na sua vivência e experiência no setor de saúde suplementar, gostaríamos que você compartilhasse conosco a sua análise sobre a situação atual do setor.
Mauricio Ceschin: O setor de saúde suplementar no Brasil tem o compromisso com os seus mais de 47 milhões de usuários de prover acesso oportuno à saúde, com qualidade e, desde sua regulamentação, há cerca de 20 anos, houve avanços. Quando há necessidade de atendimento ou tratamento de uma doença, via de regra, o usuário consegue o acesso. E nos casos de negativa de atendimento, quando a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é acionada, em cerca de 90% das vezes o problema é resolvido em curto prazo. Apesar disso, ainda há uma judicialização excessiva envolvendo a saúde suplementar.
O modelo assistencial predominante na saúde suplementar ainda é fragmentado e calcado em intervenções pontuais para enfermidades agudas e não no acompanhamento do usuário em linhas de cuidado integrado e continuado, mais indicado quando há prevalência crescente de doenças crônicas em uma população que envelhece e vive mais. É preciso também avançar em relação às ações de prevenção de doenças para os portadores de risco ou patologia e nas de promoção da saúde. Como já ocorre em outros países desenvolvidos e no próprio SUS, as operadoras de saúde têm procurado expandir o conceito de hierarquização do atendimento com a porta de entrada se fazendo por meio de estruturas de atenção primária integradas a linhas de cuidado e às demais especialidades.
Ainda não há uma política setorial ou nacional para uma identificação única ao longo de toda vida e para a organização das informações de saúde em prontuários eletrônicos de propriedade dos usuários.
Quanto ao modelo de financiamento, os idosos, quando precisam arcar com suas próprias mensalidades, com algumas exceções, ainda são expulsos do setor pelo aumento de preços e reajustes. Uma alternativa, segundo especialistas, é a que combina a capitalização com o mutualismo, que é o modelo utilizado atualmente com rateio do custo por faixa etária. No sistema de capitalização, uma parte do que o indivíduo paga ao plano de saúde durante sua vida ativa é poupado e utilizado após sua aposentadoria para custear seu plano.
Onde o setor não tem produzido resultados satisfatórios é na questão da contenção do aumento de custos e da inflação médica, que é repassada aos patrocinadores e usuários, via reajustes em patamares historicamente elevados.
Apontar o envelhecimento da população e o avanço tecnológico como fatores causadores da elevação de custo não basta. Ações já mencionadas poderiam ajudar muito, como a organização das informações de saúde, ações de prevenção e promoção de saúde, a hierarquização do atendimento com linhas de cuidado e diretrizes balizadoras do atendimento e procedimentos. Além dessas, a divulgação de avaliações comparativas de resultado dos vários agentes do setor, com indicadores atrelados ao desfecho clínico e o seu respectivo impacto de qualidade na saúde do paciente. Melhores práticas precisam se tornar referência e serem divulgadas para que se possa ter uma visão de custo-efetividade de quem atua no setor e não mais apenas com base na percepção de qualidade ou na reputação.
Uma boa nova é que novos modelos de remuneração têm sido crescentemente adotados por operadoras de saúde, hospitais e serviços médicos, quer via pagamentos globais ou por pacotes, bandas ou, mais recentemente, modelos atrelados ao desfecho clínico e resultado produzido para o paciente. O objetivo é diminuir a participação do modelo chamado fee for service que predomina atualmente, onde se paga por itens consumidos como materiais, exames, medicamentos e procedimentos. Neste caso, ser custo-efetivo é contraproducente, além de estimular o desperdício.
Por fim, se o setor pretende uma conscientização e responsabilização maior do usuário em relação à utilização correta dos recursos de saúde, tem que investir mais em educação e comunicação para mudança de hábitos e comportamentos alinhados com uma vida saudável. Ou seja, avançamos, mas ainda há muito a ser feito.
Sobre a Autora:
https://www.linkedin.com/in/debora4health/
Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria. Profissional de RH, especializada na gestão de programas de saúde e benefícios corporativos, atuando há mais de 26 anos nesse mercado junto a empresas nacionais e multinacionais, em diversos países.
por Equipe 4 Health | out 16, 2018 | Saúde Corporativa
Já parou pra pensar que somos quase oito bilhões no mundo? Oito bilhões de pessoas vivendo, lutando, correndo, existindo…Oito bilhões que mal olham pro lado por estarem muito ocupadas. Afinal, o EU prevalece na multidão. Eu preciso de mais dinheiro, de mais coisas, mais oportunidades, mais conforto. Mas só eu; o outro não. E estamos tão acostumados a olhar para o próprio umbigo, que gastar um segundo olhando para o lado pode nos transformar. Na crônica de hoje a jornalista Aline do Valle conta uma experiência que aguçou essa percepção. Acompanhe!
Ouça todo o áudio deste texto, clique aqui.
É difícil ouvir que a gente não se importa com o outro, ou que a gente só olha pro próprio umbigo, não é? Mas você já parou para fazer algo por alguém hoje? Ou está tão absorvido em conseguir um aumento, quem sabe um emprego em que tenha mais destaque, estabilidade, conforto. Mas tudo pra você. Não pro outro. Afinal, de vez em quando a gente dá um dinheiro no semáforo, ou até manda roupas pra algum lugar carente e acha que já cumpriu o dever de bom cidadão.
Mas você sabe, não é assim. Faz pouco tempo que uma amiga me mostrou o que significa se doar por inteiro por alguém. Tive o privilégio de estar com ela no momento do parto que veio carregado de emoções de uma gravidez solitária, foi solitária, cheia de contratempos que podiam ter enfraquecido qualquer pessoa. Mas não a ela.
O que mais me chamou a atenção é que nas horas de maior dor, quando as contrações estavam tão fortes que ela não conseguia nem mesmo respirar, ela falava: “Vem filho. A mamãe te ama muito. Ela está te esperando”. Naquele momento parece que a força voltou . E foi naquela hora que os olhos da minha amiga brilharam de novo. E com uma força que ainda não tinha aparecido, ela foi até o final. Em poucos minutos, o bebê nasceu. Foi um momento lindo. De amor, de êxtase, de vitória!
Todo o esforço não foi por ela, mas por alguém que viria logo, logo. Nesse dia não só a histórias deles dois mudou. A minha também. Percebi que por mais forte que sejamos, sempre precisamos de apoio. Sempre precisaremos de alguém que acredita na gente, que está ali até mesmo para ser duro. Seja essa pessoa conhecida, ou não.
Minha amiga acreditou em mim e me escolheu pra esse momento e, provavelmente, nem tem ideia de que foi ela quem me ajudou. E não o contrário. Por isso, olhe pro lado, olhe pro outro, lembre que somos 2, 3, 10, 1000…quase oito bilhões no planeta e podemos transformar vidas e não apenas tentar viver uma só. Se doar por alguém, faz de nós verdadeiros seres humanos.
Por Aline do Valle
Fonte: Blog da Saúde – Saúde Crônica.
por Equipe 4 Health | out 5, 2018 | Notícias de mercado, Saúde Corporativa
A Experiência do Paciente (PX) merece atenção: as mudanças nos modelos financeiros da saúde estão levando a um maior poder de escolha do paciente. Com o aumento da idade da população, os cuidados com a saúde tornam-se uma parte mais regular de nossas vidas, e a tecnologia e inovação tem um papel disruptivo em todos os aspectos da saúde.
Os analistas do The Beryl Institute divulgaram recentemente os resultados das pesquisas que realizaram sobre PX, incluindo grupos focais seguidos por uma pesquisa online com 2.000 consumidores de saúde em cinco países. Em seu relatório, Consumer Perspectives on Patient Experience 2018, revela o que os pacientes realmente querem e porque as empresas de saúde precisam prestar atenção. Eles mostram que, enquanto a indústria da saúde pode até estar preocupada com a qualidade do cuidado e empatia através dos cuidados que prestam aos pacientes, os pacientes estão procurando provedores que, de fato, entendam a humanidade.
PX é importante para praticamente todos
A pesquisa do Instituto Beryl descobriu que mais de 90% dos entrevistados acreditam que PX é importante, com 59% dizendo que é “extremamente importante”. Isso porque, segundo os entrevistados: “minha saúde e bem-estar são importantes para mim.” Embora esse achado não seja surpreendente, os pesquisadores observam que esse dado em si reforça a natureza única e significativa dos cuidados de saúde. A experiência do paciente só se tornará mais importante para mais pessoas à medida que envelhecerem e tiverem mais necessidades de cuidados de saúde.
O PX também é importante porque as expectativas das pessoas foram levantadas em outras áreas de suas vidas, como varejo e hospitalidade. A maioria das organizações de saúde continua a operar com uma abordagem orientada a provedores e pagadores, quando deveriam estar modelando processos de PX seguindo experiências de clientes em outros setores. Mesmo que as pessoas não se considerem clientes em um ambiente de saúde, o Beryl Institute descobriu que os pacientes esperam “uma experiência que os trata de certa maneira e reconhece quem eles são como pessoas no processo”. O Instituto Beryl conclui “As lideranças de saúde seriam ingênuas em pensar que eles não estão sendo comparados com as outras experiências que as pessoas estão tendo.”
O que os pacientes realmente querem
Os pesquisadores queriam entender o que o PX realmente significa para os consumidores de saúde, então perguntaram aos entrevistados em que medida eles acreditavam que várias áreas faziam parte da experiência do paciente e o que era importante para eles. Eles descobriram que a definição de PX das pessoas representa a natureza integrada de um encontro de saúde. É a soma de todas as interações que alguém tem em toda a continuidade do atendimento, “através de pontos de contato e transições, em qualidade, segurança e esforços de serviço, nas implicações de custo e na questão do acesso”, informa o Instituto Beryl.
O aspecto mais importante de ter uma boa PX, eles descobriram, é que as pessoas que cuidam “escutam você”, com 71% dizendo que isso é “extremamente importante” e 24% mais dizendo que é “muito importante”. “Comunicar-se claramente de uma maneira que você possa entender” e “tratá-lo com cortesia e respeito” também foram avaliados em 95% como extremamente ou muito importantes. Isso sugere que ser tratado como pessoa é a maior prioridade para os pacientes.
Os outros aspectos que foram classificados como altamente importantes para os profissionais de saúde, como “Dar confiança em suas habilidades”, “Levar sua dor a sério” e “Fornecer um plano claro de cuidado e razões para as suas ações”, reforçam a importância da conexão pessoal e humana em PX. Também “um ambiente de saúde que seja limpo e confortável”, “a capacidade de agendar uma consulta ou procedimento dentro de um período de tempo razoável” e “um processo de alta/próximas etapas do tratamento sejam claramente explicadas”, foram classificados em alta importância.
Pacientes querem ver compaixão e empatia em ação
Juntos, esses motivadores de PX fazem uma distinção sobre o que as organizações de saúde devem abordar, diz o Instituto Beryl. Eles observam que “o uso da linguagem usada na saúde, como ‘centrada no paciente’, onde a terminologia e a prática parecem representar uma visão de dentro para fora, ou seja, as organizações de saúde dizem que devem ser centradas no paciente ou fornecer empatia e compaixão, mas o que os consumidores querem são as ações tangíveis que exemplificam essas práticas”. De fato,“ expressar empatia e compaixão ”foi classificada como de menor importância (84%). Isso indica claramente que as pessoas não querem que os profissionais de saúde digam que são compassivos ou compreensivos, querem que os profissionais de saúde escutem e ajam de maneira a demonstrar claramente que se importam e compreendem.
As organizações de saúde também devem observar que mais de dois terços dos entrevistados classificaram aspectos muito ou extremamente importantes do ambiente, incluindo “uma unidade de saúde na qual você pode encontrar o caminho facilmente (por exemplo, sinalização clara, informações etc.)” e “um serviço de saúde que ofereça estacionamento”. Isso reforça o fato de que as pessoas esperam dos serviços de saúde o mesmo nível de desempenho de suas experiencias em outros lugares – e esses pontos contribuem para uma PX que realmente atende às necessidades dos pacientes.
PX Importa
O Instituto Beryl perguntou às pessoas o que elas ou alguém que conheciam, tiveram como atitude frente a uma experiência de cuidados de saúde positivos e negativos. Para experiências positivas, 73% – a porcentagem mais alta – responderam que “continuariam a usar o mesmo médico ou organização”. Isso sugere que o PX tem o potencial de aumentar a lealdade e influenciar a escolha do paciente.
A principal ação relatada após uma experiência negativa (76%) foi que as pessoas disseram que contariam aos outros – isso superou em muito as outras opções de resposta para uma experiência negativa, e é semelhante à porcentagem de pessoas que dizem compartilhar com os outros sobre uma experiência positiva (70%). Juntos, esses resultados indicam que as pessoas estão contando as histórias sobre sua experiência, boas ou ruins, em pelo menos 7 de cada 10 encontros de atendimento médico. O Instituto Beryl conclui: “Esta talvez seja uma das oportunidades de marca mais significativas para as organizações de saúde hoje … As organizações de saúde deveriam estar se perguntando: ‘Qual é a história que procuramos criar na experiência que fornecemos e o que queremos que os outros digam sobre nós?”
Conclusão
O relatório do Beryl Institute inclui outros insights sobre como as pessoas visualizam a experiência do paciente, incluindo diferenças e semelhanças entre os entrevistados de diferentes gerações e de diferentes países. A conclusão geral de todas as descobertas, no entanto, volta-se para a necessidade de as organizações de saúde entenderem que as pessoas não são apenas participantes passivos em uma transação de cuidados ou simplesmente recebedores de cuidados, e não querem ser tratadas como tal. Ao contrário, os pesquisadores dizem que os pacientes são “parceiros em uma conversa de cuidado, que devem ser reconhecidos e cuidados como pessoas em uma experiência de saúde”. Entender isso e projetar essa experiência requer uma mudança fundamental de mentalidade entre os provedores de saúde.
Segundo o The Beryl Institute: “A experiência não é algo a ser dado como garantido, não é apenas uma ideia nas bordas mais suaves da saúde, mas sim no coração e tem impacto significativo e implicações sérias para como a saúde será levada para o futuro. ”
Fonte: Saúde Business