O Dia dos Pais, que ocorreu no último dia 08/08, é uma oportunidade de repensarmos o papel das empresas na vida dos pais e mães. Muitos RHs desejam apoiar mais essas figuras, mas não sabem por onde começar. Por isso, trouxemos algumas reflexões sobre o assunto e sugestões para te ajudar a tirar as ideias do papel.
Ouça os pais e mães da sua empresa
É possível fazer um paralelo com a própria chegada de um bebê. Onde, no começo, requer acolhimento, observação, experimentação e troca. No começo desse trabalho, será preciso descobrir, junto com o grupo de pais, o que é necessário para atender às necessidades e demandas existentes, e também as que irão surgir no caminho. É uma construção constante e não existe uma fórmula pré-definida de como fazer, mas existem iniciativas que podem te inspirar para começar.
No Brasil, empresas como a Natura e Avon ganham destaque por suas iniciativas de estímulos à participação dos homens na criação dos filhos. Acredita-se que esses benefícios, além da aproximação do pai e criação do vínculo com o bebê, são um diferencial no mercado e contribuem para engajar o colaborador, refletindo uma relação de trabalho mais moderna e acolhedora, o que é muito valorizado pelos pais.
De cara, quando falamos em benefícios para os pais, pensamos na licença paternidade, que hoje prevê apenas cinco dias, iniciando no primeiro dia útil após o nascimento da criança.
Foi criado o programa Empresa Cidadã, onde a empresa cadastrada pode estender o período para 20 dias. Porém, nada impede que a empresa negocie condições melhores sobre esse benefício, por meio de políticas internas ou negociação coletiva.
Busque referências no mercado
Cada vez mais, as empresas buscam aprimorar e fortalecer suas culturas de forma a impactarem, tanto no ambiente corporativo, quanto no social.
A percepção do retorno sobre o investimento em benefícios, sob a forma de engajamento, produtividade e atratividade, tem sido cada vez mais clara. Além disso, é uma oportunidade para a empresa se diferenciar de práticas convencionais no mercado e tratar de assuntos, como paternidade e equidade de gênero, de forma mais incisiva, trazendo benefícios para à imagem corporativa e um fortalecimento da cultura.
Grandes empresas, como a Volvo, Spotify, Google, Marsh, Twitter, Natura, Avon, Johnson & Johnson, Tokyo Marine, adotaram políticas que apoiam a parentalidade e foram nomeadas como as Melhores Empresas Para Ser Pai no Brasil, pelo segundo ano pela GQ Brasil. Ganhando destaque por benefícios como:
- Horários flexíveis. Como: negociar com o gestor, trabalhar dias mais curtos na semana em que volta e compensar na semana seguinte, ou até mesmo poder escolher os horários de entrada e saída;
- Compensação de horas. Quando os pais podem tirar um dia na semana, caso precise ficar fora, e compensar ao logo do mês;
- Voltar a trabalhar apenas 50% do seu horário, por até duas semanas, com pagamento integral;
- Ter folga no Dia dos Pais ou meio período do dia;
- Ajuda de custo mensal por até 18 meses;
- Optar por reduzir a jornada de 40 horas semanais para até 20 horas semanais, com ajuste proporcional do salário;
- Políticas de home-office, permitindo que os pais fiquem em casa, quando necessário;
A cultura da sua empresa é acolhedora?
Todos esses benefícios precisam estar correlacionados a uma cultura que valorize as relações familiares e diversidade. Abrangendo também, aqueles que são pais e mães não biológicos, mas que exercem o papel parental.
De início, o ponto principal é escutar aqueles que pretendem ter, esperam, tem ou cuidam de bebês e crianças. Abrir rodas de conversas, dialogar, acolher e valorizar o papel que essa figura representa na vida do bebê, da família, da sociedade e como indivíduo. Oferecer condições mínimas para a construção dessa troca e mudança cultural é essencial.
Sem dúvidas a transformação da sociedade não depende apenas das organizações, mas é inegável que a participação das empresas é fundamental para buscarmos um país mais igualitário. Se munir de informações para alterar essa realidade já é um grande passo.
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