Muitas empresas procuram pelo plano de saúde perfeito, porém poucas estão realmente dispostas a fazer a lição de casa!
Trabalhando com planos de saúde corporativos há mais de 25 anos, tenho a oportunidade de me profundar em realidades muito diferentes, a fim de realizar diagnósticos periódicos junto a empresas de todos os tamanhos. Nessa trajetória, pude constatar que boa parte dos responsáveis pelo assunto dentro de cada organização tem convicções próprias e uma forma particular de gestão que não assegura o cumprimento de ações básicas de gestão e manutenção. Não raras vezes, o programa de saúde corporativo está à deriva, contando apenas com a sorte.
Por outro lado, tenho que reconhecer que, infelizmente, muitos corretores e consultores que deveriam oferecer todo o suporte e orientação técnica não desempenham seu papel.
Diante dessa realidade, quero destacar algumas garantias que devem fazer parte obrigatória de qualquer rotina de gestão de um programa de saúde corporativo de sucesso. Confira:
(1)
O plano e o desenho escolhido devem conversar com os objetivos, planejamento da empresa, segmento de mercado e perfil dos funcionários. Fique atento às tendências, mas não se baseie somente nelas!
(2)
Antes de contratar ou renovar, faça projeções financeiras levando em conta o pior cenário econômico, a fim de prever a sustentabilidade do benefício em qualquer tempo. É melhor contratar um plano mais simples ou fazer ajuste no desenho do que estar sempre preocupado e levando um certo stress para as negociações e risco futuro para o contrato.
(3)
É fundamental acompanhar de perto o grupo de afastados, high users, heavy users, crônicos, graves etc. Em um momento de troca, conhecer profundamente esse grupo ajudará sua empresa a obter condições comerciais mais realistas e competitivas, além de evitar riscos.
(4)
Acompanhar com disciplina e foco os relatórios periódicos de utilização, perfil de reajuste anual da operadora contratada, avaliar riscos com antecedência, corrigir vulnerabilidades do desenho a tempo. Evite fazer isso somente às vésperas da renovação. Cuide do seu contrato no decorrer do ano e faça o que precisa ser feito, com coragem!
(5)
Nomeie um responsável com autonomia e disponibilidade para acompanhar todas as informações e iniciativas do programa de saúde, a fim de imprimir um ritmo saudável à gestão. Não adianta ter tecnologia, indicadores e tendências à disposição se esse material não é avaliado e usado com sabedoria e no momento certo!
(6)
Envolva o grupo de funcionários e beneficiários na gestão do plano de saúde. Compartilhe informações e riscos, apresente dicas e orientações de forma periódica e atualizada. Eles fazem parte do processo e devem ser incluídos na gestão, gerando assim um ciclo maduro de autorresponsabilidade.
(7)
Realize programas de promoção da saúde baseados nas necessidades da sua empresa e não para cumprir “tendências vazias do momento”. Busque incentivar o autocuidado e a mudança de comportamentos nocivos previamente identificados. Acompanhe os indicadores e os medidores de sucesso do programa.
(8)
Confie na consultoria/corretora que você escolheu para acompanhar a sua empresa nessa gestão. Se a confiança se rompeu, é hora de mudar. Não se engane, existem boas empresas no mercado que podem trazer valor e resultados expressivos para que o programa de saúde da sua empresa seja um caso de sucesso!
Não se esqueça: o contrato do plano de saúde corporativo é algo muito expressivo financeiramente e sempre vai exigir foco e disciplina.
Busque introduzir o quanto antes essas inciativas, sem esperar grandes mudanças, mas acreditando que haverá maior clareza e garantias para sustentação dos indicadores apurados e tomada de decisões.
Este artigo foi escrito por Débora Maia, sócia diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.
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