Você tem a impressão de que alguns programas corporativos de promoção da saúde não são eficientes, mas promovem uma imagem moderna e arrojada da empresa?
Muitas dessas iniciativas, antes de priorizar o autocuidado, acabam por infantilizar o grupo de funcionários com a entrega de “receitas prontas” e experiências rasas.
Como especialista em programas de bem-estar, presenciei, durante a pandemia, uma crescente demanda por iniciativas “fora da caixa”, o que me fez questionar se é a inovação ou se são objetivos claros, alinhados a um propósito maior, o que, realmente, pode sustentar e imprimir significado a esses programas.
Muitos gestores estão à procura da similaridade estética das ações praticadas pelas empresas mais modernas do mundo, desprezando a sua própria realidade e as verdadeiras necessidades e motivações do seu time.
Um programa de saúde sem objetivos definidos, distante da cultura da organização e sem apoio massivo dos líderes, não vai tornar uma empresa mais saudável, nem tão pouco apresentar resultados relevantes
Ações “bacaninhas” e sem propósito não têm o poder de consertar falhas de comunicação, comportamentos abusivos ou ajustar um clima organizacional ruim.
A máxima continua a mesma: empresas saudáveis valorizam pessoas, têm convicções claras, comunicação fluída, cultura e ambientes saudáveis. Todos esses ingredientes promovem líderes inspiradores, o que resulta em um time inteiro emocionalmente equilibrado, autorresponsável e mais produtivo.
O que me motivou a escrever este texto foi a possibilidade de refletir sobre o assunto, o que me desafia a te fazer três perguntas:
1. O que realmente motiva a sua empresa a adotar um programa de qualidade de vida?
2. Os programas de qualidade de vida são percebidos pelos líderes como agentes de transformação ou como locomotiva para colocar a empresa em uma vitrine diferenciada?
3. O que motiva a realização desses programas encontra resposta e se retroalimenta nos resultados apurados?
Quero te convidar a refletir com sinceridade sobre este assunto. Não se sinta pressionado, pois não há resposta certa ou errada.
O mais importante é o entendimento de que ações de promoção da saúde diversificadas e distantes das necessidades das pessoas, embora possam promover a imagem da empresa, não têm o poder de estimular mudanças expressivas na saúde, nas emoções, no ambiente e na produtividade.
Portanto, não terceirize responsabilidades nem espere resultados de iniciativas desconexas.
Um programa de qualidade de vida relevante exige análise profunda dos indicadores do grupo, definição de objetivos, intervenções sustentáveis e conversas demoradas com a liderança. E tudo isso requer uma boa dose de dedicação e coragem.
Desejo-lhe boa sorte!
Este artigo foi escrito por Débora Maia, sócia diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.
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