Qual a relação do grupo de afastados com o plano de saúde de sua empresa?

por | abr 8, 2020 | Planos de Saúde | 0 Comentários

Se eu tivesse que responder à pergunta acima, com toda certeza diria que o sucesso do plano de saúde da sua empresa também passa pela gestão atualizada e próxima do grupo de afastados.

Nunca tivemos tanta tecnologia disponível e informações ao nosso alcance, mas percebo que em algumas áreas ainda nos comportamos como se estivéssemos vivendo há 20 anos. Todas as vezes que inicio um projeto voltado à arquitetura do programa de saúde e benefícios, me deparo com esses obstáculos, que muitas vezes comprometem toda a viabilidade da operação.

Quando digo afastado, falo de todo e qualquer trabalhador que não se encontra em atividade laboral ativa por motivo de saúde. E o grupo a que me refiro neste artigo são aqueles afastados há mais de 15 dias.

A história é quase sempre a mesma. No início do afastamento, a empresa acompanha o caso, mantém contato com o funcionário e um histórico das ocorrências e estágios da doença. Porém, conforme o tempo do afastamento vai passando, as informações passam a não ser atualizadas periodicamente e o contato vai se perdendo, na maior parte dos casos.

Quanto mais tempo o funcionário fica afastado, menos informação e interação a empresa mantém com ele. Parece que, com o passar do tempo, o interesse em manter um canal de comunicação atualizado dos dois lados – empresa e funcionário – vai se perdendo. O tempo passa, algumas vezes o funcionário muda de endereço e, como não comunicou o contato, se perde para quase sempre.

Além do passivo trabalhista, um dos riscos dessa situação está relacionado ao plano de saúde, que hoje é uma das maiores despesas do RH. Por conta da convenção coletiva, a maior parte das empresas é obrigada a manter o funcionário afastado vinculado ao plano e, uma vez que o motivo do afastamento teve origem em uma doença, existem grandes custos envolvidos.

O problema com o qual me deparo com mais frequência são empresas que desejam mudar o seu modelo de saúde, garantir maior economia, qualidade de serviços ou melhor relação custo-benefício, mas não podem avançar em seus projetos porque precisam de relatórios atualizados sobre o status do tratamento do seu grupo de afastados para que a operadora de saúde em questão possa analisar os riscos envolvidos.

O mais interessante é que, quando percebo casos assim e pergunto ao RH sobre mais informações a respeito desses casos, a percepção é de que eles não são importantes, estão perdidos no tempo, não oferecem riscos, está tudo certo. Infelizmente, as operadoras e seguradoras de saúde não enxergam dessa forma.

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Muitas vezes, o tempo que se leva para contatar o grupo ou até mesmo obter as informações necessárias é tamanho que o projeto é abortado. Sem informações atualizadas, a operadora de saúde não apresentará um preço final e, se o fizer, será com uma enorme folga financeira, chamada de agravo nos custos, que comprometerá a viabilidade do projeto.

Entendo que uma boa gestão desse grupo começa a partir de uma gestão dos atestados, que indicarão os futuros casos de afastamento. A falta de informações sobre o grupo de afastados pode impedir que decisões estratégicas e arrojadas sejam efetivadas.

Já vi muitas empresas obrigadas a permanecer em um plano de saúde mais caro e menos competitivo porque não tinham informações atualizadas de um único afastado.

Por conta disso, aconselho:

  • Mantenha um arquivo detalhado e atualizado com todas as informações pertinentes ao grupo de afastados.
  • Faça a gestão dos seus atestados médicos de forma detalhada. Se não souber como, a 4Health poderá lhe ajudar.
  • Mantenha contato periódico com esse grupo, atualizando endereços e telefones e mantendo uma rotina adequada de acompanhamento.
  • Ofereça ajuda para agilizar ou viabilizar o tratamento em questão e, se necessário, ajude a intermediar os processos junto ao plano de saúde.
  • Avalie as ocorrências e verifique se existe alguma relação com a atividade laboral. Se isso ocorrer, tome as medidas necessárias para evitar novos casos.
  • Antes de iniciar qualquer movimento de mudança de plano de saúde, fique atento ao perfil desse grupo e não deixe de considerar os riscos.
  • Promova com periodicidade ações de prevenção de doenças e promoção da saúde.

Não se engane: qualquer assunto relacionado à saúde dos seus funcionários terá impacto nos resultados financeiros do seu plano de saúde.

Boa sorte!!

Sobre a Autora:

https://www.linkedin.com/in/debora4health/

Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria. Profissional de RH, especializada na gestão de programas de saúde e benefícios corporativos, atuando há mais de 26 anos nesse mercado junto a empresas nacionais e multinacionais, em diversos países.

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