por cibele | ago 24, 2020 | Notícias de mercado
Na última sexta-feira (21/08/2020), a ANS determinou a suspensão do reajuste anual e por faixa etária de todos os planos de saúde, sejam contratos individuais ou coletivos, para contratos que fazem aniversário entre setembro e dezembro de 2020.
É a primeira vez que a ANS interfere no reajuste dos planos coletivos acima de 30 vidas.
A interferência se deu pela ANS ter sofrido pressão pela Câmara dos Deputados. Rodrigo Maia ameaçava colocar em votação um projeto de Lei do Senador Eduardo Braga, que previa a suspensão de reajustes de planos de saúde. A ANS se antecipou, suspendendo o reajuste dos planos por 120 dias. As pessoas jurídicas, contratantes de planos coletivos empresariais, poderão optar por não ter o reajuste suspenso, devendo comunicar à operadora sua decisão.
Quando analisamos a sinistralidade do setor, é fato que houve uma melhora no resultado no segundo trimestre, devida à baixa utilização dos serviços eletivos em tempo de pandemia. Parte dessa redução é uma demanda represada, o que significa que no próximo ano será difícil para as operadoras (e consequentemente, para toda cadeia). Um outro ponto importante que sofreremos em 2021 é o run off dos beneficiários que perderam o plano de saúde em meio a crise, elevando a sinistralidade do setor.
Todos esses pontos, somados à postergação do reajuste aprovado pela ANS, serão pontos importantes no momento da adequação dos prêmios em 2021. Será necessário controlar os custos e encontrar uma adequação.
Por agora, não há definição da ANS se haverá aplicação retroativa do reajuste em 2020, é possível que essa medida seja tomada para o reequilíbrio da carteira. Entretanto, a retomada do reajuste não está definida e medidas para proteger as operadoras serão definidas no futuro próximo.
Artigo escrito por Fabiola Cristina Briques Moura, sócia da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar. Fabiola@4Healthconsultoria.com.br
por cibele | jul 1, 2020 | Dicas para o RH
Você tem a impressão de que alguns programas corporativos de promoção da saúde não são eficientes, mas promovem uma imagem moderna e arrojada da empresa?
Muitas dessas iniciativas, antes de priorizar o autocuidado, acabam por infantilizar o grupo de funcionários com a entrega de “receitas prontas” e experiências rasas.
Como especialista em programas de bem-estar, presenciei, durante a pandemia, uma crescente demanda por iniciativas “fora da caixa”, o que me fez questionar se é a inovação ou se são objetivos claros, alinhados a um propósito maior, o que, realmente, pode sustentar e imprimir significado a esses programas.
Muitos gestores estão à procura da similaridade estética das ações praticadas pelas empresas mais modernas do mundo, desprezando a sua própria realidade e as verdadeiras necessidades e motivações do seu time.
Um programa de saúde sem objetivos definidos, distante da cultura da organização e sem apoio massivo dos líderes, não vai tornar uma empresa mais saudável, nem tão pouco apresentar resultados relevantes
Ações “bacaninhas” e sem propósito não têm o poder de consertar falhas de comunicação, comportamentos abusivos ou ajustar um clima organizacional ruim.
A máxima continua a mesma: empresas saudáveis valorizam pessoas, têm convicções claras, comunicação fluída, cultura e ambientes saudáveis. Todos esses ingredientes promovem líderes inspiradores, o que resulta em um time inteiro emocionalmente equilibrado, autorresponsável e mais produtivo.
O que me motivou a escrever este texto foi a possibilidade de refletir sobre o assunto, o que me desafia a te fazer três perguntas:
1. O que realmente motiva a sua empresa a adotar um programa de qualidade de vida?
2. Os programas de qualidade de vida são percebidos pelos líderes como agentes de transformação ou como locomotiva para colocar a empresa em uma vitrine diferenciada?
3. O que motiva a realização desses programas encontra resposta e se retroalimenta nos resultados apurados?
Quero te convidar a refletir com sinceridade sobre este assunto. Não se sinta pressionado, pois não há resposta certa ou errada.
O mais importante é o entendimento de que ações de promoção da saúde diversificadas e distantes das necessidades das pessoas, embora possam promover a imagem da empresa, não têm o poder de estimular mudanças expressivas na saúde, nas emoções, no ambiente e na produtividade.
Portanto, não terceirize responsabilidades nem espere resultados de iniciativas desconexas.
Um programa de qualidade de vida relevante exige análise profunda dos indicadores do grupo, definição de objetivos, intervenções sustentáveis e conversas demoradas com a liderança. E tudo isso requer uma boa dose de dedicação e coragem.
Desejo-lhe boa sorte!
Este artigo foi escrito por Débora Maia, sócia diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.
por cibele | jun 29, 2020 | Dicas para o RH
Por meio da pesquisa desenvolvida aqui na 4Health Consultoria, “Como está sendo o home office para você?”, pudemos nos aprofundar nos desdobramentos do trabalho remoto na vida dos profissionais. O objetivo foi entender como estão lidando com essa mudança em suas rotinas. A pesquisa contou com a contribuição de mais de mil profissionais, os cargos e áreas de atuação foram abrangentes, contando com diversos níveis hierárquicos e departamentos diferentes.
Apesar das condições atuais não serem convencionais, os resultados nos apontam conclusões e tendências relevantes, que devem ser levadas em consideração nas tomadas de decisões porvir.
Mais de 40% dos profissionais nunca haviam trabalhado remotamente, apenas 5,9% trabalhavam nessa forma de maneira integral. Isso revela um número significativo de empresas que precisaram realizar uma importante mudança cultural para se adaptar ao modelo que, hoje, já se tornou a realidade da grande maioria. Apesar de uma parcela das pessoas já praticarem home office ocasionalmente, antes da quarentena, não era como ter toda a empresa 100% remota, a estrutura organizacional estava preservada.
A pesquisa nos mostrou que o home office contribuiu para o desenvolvimento de competências como resiliência e flexibilidade. Os dados apontam que, em média, mais de 70% dos profissionais consideram que alcançaram maior produtividade no trabalho e melhora na sua qualidade de vida. Por exemplo, ao economizar o tempo que seria gasto com o deslocamento até o trabalho, as pessoas têm se dedicado mais a projetos pessoais.
Algumas características do trabalho remoto foram apontadas como mais positivas para a produtividade, as que mais se destacaram foram: flexibilidade de horários, autonomia, tempo para projetos pessoais e proximidade com as pessoas que moram na sua casa. Em contrapartida, o que mais influencia negativamente são: interrupções de filhos e familiares, afazeres domésticos, infraestrutura inadequada e saúde emocional (altamente ligada ao contexto de pandemia que vivemos).
Mesmo com esse resultado significativo sobre produtividade e qualidade de vida, aproximadamente 9% avaliam que sua produtividade abaixou, ou que não houve nenhuma diferença, e um pouco mais de 30% avalia que a sua qualidade de vida não teve uma melhora significativa.
Existem mais três pontos importantes que a pesquisa nos trouxe. O primeiro é o quanto as pessoas sentem falta do contato com seus colegas, equipes e clientes. Apesar do contato virtual ser fácil e acessível, as pessoas não acreditam que substitui a troca que existe através do contato presencial. Nem todos os profissionais possuem a estrutura adequada em suas casas (internet estável, cadeira adequada, mesa, etc), o que impacta diretamente seu trabalho e bem estar. Portanto, as praticidades da empresa, com todos os equipamentos adequados, com todos no mesmo ambiente, são de grande relevância para os colaboradores.
O segundo ponto é que, com tantas ferramentas facilitadoras do trabalho remoto disponíveis (como salas virtuais, videoconferências), além da dificuldade de algumas empresas darem mais autonomia, existe uma sobrecarga de reuniões e demandas, o que requer o estabelecimento de fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal.
A auto responsabilidade, rotina e flexibilidade são características que precisaram ser desenvolvidas por muitos profissionais, que apontaram a autonomia como fator determinante no aumento de produtividade.
O terceiro ponto é que, independente das circunstâncias atuais serem temporárias, elas continuarão a impactar o futuro próximo. Um dos dados mais importantes que a pesquisa revela é o de que, aproximadamente 71% das pessoas gostariam de ter a flexibilidade de alternar entre trabalho remoto e presencial. Mais de 20% se adaptaram tão bem, que poderiam trabalhar integralmente nesse modelo. Apenas 6% não se adaptam ao home office e preferem voltar à rotina antiga.
Tudo isso nos revela que, apesar do home office ter sido imposto de forma “obrigatória” (devido ao isolamento social), ele nos trouxe uma ótica diferente para a maneira como a grande maioria das empresas atuam no mercado. Essa experiência trouxe a oportunidade de desenvolvimento e aprimoramento de competências que integram a carreira e vida pessoal de cada profissional.
Artigo escrito por Kelly Souza, consultora de Qualidade de Vida da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, responsável pela elaboração da pesquisa.
por cibele | jun 18, 2020 | Notícias de mercado
Quando a pandemia se instalou, uma das perguntas mais frequentes das empresas com contrato de seguro de vida era se haveria cobertura para mortes relacionadas à Covid-19.</>
Em pouco tempo, algumas seguradoras se posicionaram garantindo a cobertura para os contratos vigentes e estabelecendo algumas regras e carências para novos contratos.
Logo depois, o Senado aprovou por unanimidade o projeto de lei para inclusão das mortes decorrentes da pandemia na cobertura de seguro de vida ou invalidez permanente.
Pelo projeto, a inclusão dessa cobertura não poderá resultar no aumento do preço do prêmio pago pelo segurado.
De modo geral, todos os contratos de seguro de vida tinham uma cláusula que excluía a cobertura de morte decorrente de pandemia. Porém, conforme exposto acima, o Senado aprovou projeto de lei obrigando as seguradoras a indenizarem os beneficiários de segurados que perderem a vida ou ficarem inválidos devido à Covid-19. Verificamos que a adesão das seguradoras, dando cobertura imediata às apólices, está ocorrendo normalmente.
Ficou estabelecido também o prazo máximo para o pagamento da indenização, que será de dez dias corridos, contados a partir da data de entrega da documentação comprobatória exigida pela seguradora. Destaco que é necessário consultar a seguradora para conhecer as regras estabelecidas para essa nova cobertura.
Ainda não conhecemos os impactos e desdobramentos dessa medida nos custos e nos riscos relacionados ao mercado de seguro de vida a médio e a longo prazo, mas entendemos que trata-se de uma ótima notícia em um momento tão complexo.
Artigo escrito por Fabiola Cristina Briques Moura, sócia da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar. Fabiola@4Heathconsultoria.com.br
Fonte: Agência Senado
por cibele | maio 19, 2020 | Planos de Saúde
O setor de saúde suplementar enfrenta desafios sem precedentes trazidos pela pandemia do coronavírus e pode sentir os impactos financeiros de longa duração como resultado.
No mundo pré-pandêmico, as seguradoras escolheram em quais mercados entrar. Sua associação era geralmente estável o suficiente para permitir que eles estabelecessem os níveis de reserva apropriados e antecipassem os prêmios recebidos com uma precisão razoável.
O COVID-19 interrompeu fundamentalmente esse cenário e forçou as seguradoras a pensar de forma criativa para reduzir sua exposição financeira. Se antes trabalhavam como “Unicórnios”, agora passam a trabalhar como “empresas Camelos”, adaptando-se a novos climas e à diversidade, tornando- se mais resistentes.
O futuro das empresas vai depender de atitudes tomadas e pensadas agora, com executivos mais “mão-na-massa”, focados na situação atual, trocando ideias a longo prazo por ações imediatas.
Aqui na 4health, temos contato com diversas empresas da cadeia de saúde suplementar e, neste momento, vislumbramos um impacto importante nas operadoras e clientes. Nas operadoras de saúde, apesar da redução na utilização, propiciando uma reserva de caixa a algumas, podemos ter um tsunami a qualquer momento, em duas grandes ondas.
A primeira onda é a da inadimplência, especialmente nas operadoras que detêm contratos com clientes nos setores econômicos mais afetados, como o aéreo, turismo e entretenimento. A segunda onda está pautada no desemprego e no fechamento de pequenas e médias empresas, reduzindo a base de beneficiários.
Possivelmente, em paralelo a essa queda de beneficiários, teremos o aumento das despesas nas operadoras, originário de contas hospitalares do tratamento da Covid-19 que, em geral, tem internações prolongadas, com diárias em UTI de longa permanência. Esse processo poderá trazer aumento de sinistralidade e suportar um índice de reajuste que anualmente já é maior do que a inflação média do país.
Ainda não podemos dizer como as operadoras/seguradoras vão se posicionar. Isso vai depender dos diferentes segmentos de empresas, população de cada operadora e dos grupos familiares atendidos por elas.
Agora é o momento em que as empresas precisam ter uma visão mais estratégica e conhecer os riscos epidemiológicos e o comprometimento ocupacional, para que se posicionem junto à sua corretora e seguradora, refletindo e amadurecendo sobre a importância da promoção à saúde e da prevenção.
E o que as empresas podem fazer para os seus colaboradores neste momento? Estamos, sim, em meio a uma pandemia, mas nunca estivemos tão conectados. Conseguimos analisar as pessoas mesmo à distância e notar seus vários perfis.
Temos aquelas que se adaptam rapidamente, outras com um pouco mais de dificuldade. Algumas pessoas vão se sentir tranquilas, outras sentirão falta do contato diário com seus colegas, gerando aumento de ansiedade e estresse. Por isso, o cuidado com a saúde emocional é prioridade!
Precisamos ter uma comunicação assertiva com os nossos colaboradores, mantendo-os bem informados e evitar os exageros, pois estamos recebendo muita informação ao mesmo tempo. Orientar os líderes é prioridade para que possam suportar as suas equipes. Podemos promover coffee breaks e happy hours virtuais, criando oportunidades para trocar ideias e compartilhar novos e antigos projetos.
Com os casos de COVID-19 aumentando continuamente em todo o país, não há uma avaliação definitiva sobre como esse evento sem precedentes afetará os resultados financeiros das seguradoras de saúde.
É prudente para os executivos de seguro saúde considerar todos os cenários que podem ocorrer no futuro previsível – tanto negativos quanto positivos – e empregar algumas das estratégias financeiras descritas acima para prever as taxas de prêmio para 2021 da melhor maneira possível.
O que você está fazendo neste momento? Sua empresa está adotando alguma ação permitida pelas MPs? Teve ou terá que realizar alguma demissão? Suspendeu ou pretende suspender algum benefício aos seus colaboradores? Gostaria de compartilhar suas experiências e desafios?
Acompanhe os impactos da COVID-19 na saúde suplementar em nosso blog!
Artigo escrito por Fabiola Cristina Briques Moura, sócia da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar. Fabiola@4Heathconsultoria.com.br