Sinistralidade dos planos de saúde corporativos em época de pandemia

Sinistralidade dos planos de saúde corporativos em época de pandemia

Com o anúncio da ANS, de que as operadoras de saúde devem cobrir os custos com os atendimentos decorrentes da Covid-19, muitas empresas estão com dúvidas acerca de como isso impactará a sua sinistralidade.

Em um momento em que todas as empresas estão voltando sua atenção para seus números e renegociando contratos e custos, preocupadas com o futuro, a possibilidade de um aumento de sinistralidade, que possa resultar em altos reajustes, deixa todos inseguros.

Eu gostaria de ter uma “bola de cristal” para poder prever o exato impacto dessa nova realidade no cenário de sinistro das empresas, mas com base na minha experiência e em movimentos do mercado conseguimos, vislumbrar algumas tendências.

Já de início, vimos que as operadoras, assim que verificaram a possibilidade de um estrangulamento nos recursos próprios e na rede credenciada, cancelaram qualquer procedimento eletivo, o que, diga-se passagem, era grande fonte de receita dos hospitais.


O impacto no sinistro é imediato, e aponta para uma redução significativa nas contas dos meses em que vivermos essa suspensão, para a maioria das empresas, pois o desempenho está sempre vinculado ao perfil de cada cliente.

As empresas já têm verificado algumas dificuldades nas liberações de internações e exames, resultado de protocolos rígidos estabelecidos pelas operadoras para atendimento e regulação de leitos. Além disso, também para tentar reduzir ainda mais os custos, as operadoras têm renegociado seus pacotes com a rede credenciada.

Com todo esse trabalho, estamos verificando números positivos na sinistralidade de março e parcial de abril das principais operadoras, resultado esse que, acredito, deva se espelhar nos planos corporativos.

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Os casos de Covid-19 têm tratamento basicamente clínico e de baixo custo, até que o paciente passe a precisar de atendimento de alta complexidade, devido ao seu estado de saúde ter se tornado grave. Importante salientar que as pessoas que atingem um alto grau de gravidade da doença permanecem em média entre 15 e 20 dias em uma UTI, permanência longa se comparada com outros casos clínicos, gerando um custo mais alto.

Indico aqui alguns pontos no perfil de seu grupo, que contribuem para o maior risco de impacto no sinistro, com relação à Covid-19:

    1. Alto percentual de pessoas acima de 60 anos em sua população. Essas pessoas, se forem infectadas, têm maior risco de utilizar leitos de alta complexidade em UTIs;
  1. Existência de muitas pessoas em seu grupo que fazem parte dos grupos de risco para agravamento da Covid-19:
    • Diabéticos
    • Hipertensos
    • Portadores de doença respiratória crônica
    • Portadores de doença renal crônica
    • Grávidas
    • Puérperas (quem deu à luz há pouco tempo)
    • Portadores de doença cardiovascular
    • Pacientes oncológicos ou imunossuprimidos
  2. Exposição de seus funcionários ao público em geral (se for de serviços essenciais) ou que ficam em trânsito.

Com o retorno mesmo que gradual das atividades e a volta dos agendamentos, teremos um represamento da realização de procedimentos suspensos, o que provavelmente impactará em um aumento significativo do sinistro.

Algumas dicas que podem ajudar a reduzir o impacto futuro:

  1. Incentive práticas de vida saudável para sua população na quarentena.
  2. Esclareça para sua população que os sinais de outras doenças não devem ser ignorados e que é preciso procurar um médico em caso de necessidade, antes do agravamento do estado de saúde.
  3. Reforce a necessidade de utilizar o médico da família e continuar as visitas periódicas a pediatras e geriatras principalmente.
  4. Com a situação da pandemia, os planos de saúde disponibilizaram médico na tela e telemedicina para facilitar o atendimento para Covid-19 e outras especialidades. O uso dessa ferramenta é mais seguro e de custo mais baixo que o do pronto-socorro.
  5. Oriente os funcionários com doenças crônicas para que não interrompam o tratamento contínuo nem a medicação, evitando idas desnecessárias ao pronto-socorro e exposição ao contágio nesse ambiente.

É importante entendermos que, assim como para outras questões, a realidade deste momento é temporária e mudará para sempre o comportamento das pessoas no que se refere à saúde e prevenção de doenças.

Neste momento, estamos adaptando diariamente nossos algoritmos e grupos de controle à nova realidade e comportamento de risco.


Cada vez mais, acredito que é fundamental conhecermos no detalhe os grupos de risco de nossa carteira e garantirmos ações focadas, para que as pessoas se mantenham saudáveis e os doentes, monitorados. Informações valiosas para tomada de decisões rápidas e assertivas em momentos difíceis como o que estamos vivendo!

Boa sorte a todos!

 

Este artigo foi escrito por Sheila Hojda, sócia diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.

Plano de saúde sustentável frente à pandemia: como manter a eficácia

Plano de saúde sustentável frente à pandemia: como manter a eficácia

Trabalho há mais de 20 anos com planos de saúde e benefícios corporativos e a pergunta que mais ouço é: qual o melhor plano de saúde do mercado? O curioso é que a resposta é mais simples do que parece: o melhor plano de saúde corporativo é aquele que conversa com a realidade, plano de negócio, perfil de funcionários e orçamento da sua empresa.

Plano de saúde sustentável é que tem eficácia a médio e longo prazo, afinal de contas costuma ser o segundo maior custo depois da folha de pagamento. Eu sei que a prática não é tão simples. Embora pareça óbvio, alguns fatores importantes não são considerados na hora da contratação.

Quando uma empresa vai ao mercado a fim de buscar alternativas para o plano de saúde corporativo, no momento da análise, o que salta aos olhos é a economia e os diferenciais apresentados. Se esses dois fatores apontarem para uma marca que é o sonho de consumo do gestor responsável, pronto, a escolha está feita. Se a marca não é a mais desejada, mas apresenta algum diferencial competitivo, está tudo ok também.

Com toda certeza, não existe nada de errado com uma decisão baseada nos fatores acima, mas existem outras análises mais profundas que deveriam ser consideradas, porém, costumam ser ignoradas. Confira detalhes importantes no vídeo abaixo: 

Um ponto muito importante na escolha de um plano de saúde empresarial é a necessidade de assegurar se ele realmente conversa com a realidade financeira da empresa, perfil do grupo e, consequentemente, o negócio, e isso vai além do valor final da fatura.

Os custos do plano de saúde corporativos são definidos a partir do histórico de utilização, faixa etária, sinistralidade e localização geográfica da empresa, entre outros fatores. Quando o preço é orçado, todos esses pontos em conjunto fazem parte da equação que definirá o custo médio, somando tudo isso aos riscos imprevisíveis que precisam ser considerados.

Neste momento de pandemia, complexo e cheio de ameaças, um desenho sustentável precisa estar alinhado ao orçamento presente e futuro da empresa.

Frequentemente me deparo com empresas que oferecem um ótimo plano de saúde, além da sua capacidade financeira. Nesses casos, é comum perceber que, embora totalmente conscientes de que algo precisa ser feito, essas empresas são resistentes a qualquer mudança com algum impacto mais significativo, e acreditam em um milagre.

Com essa perspectiva, vão ao mercado com o único objetivo de encontrar economia. Preço é tudo o que importa e esse processo mais superficial de avaliação não os deixa enxergar os fatores que realmente enfraquecem o programa de saúde.

Nessa busca pelo preço, em anos bons, essas empresas encontram oportunidades alinhadas ao que procuram. Mas com o decorrer do tempo, o problema financeiro vai surgir de novo, única e exclusivamente porque o desenho do plano não é sustentável e exige ajustes profundos.

Por conta desse cenário, quero compartilhar alguns pontos que merecem atenção especial, antes e depois da contratação. Não se deixe enganar, eles são importantes para a ter um plano de saúde sustentável na sua corporação

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O que fazer antes de contratar o plano de saúde?

1. Avalie o custo do plano de saúde

Avalie além do valor total da fatura, vá além do ganho inicial. O custo precisa caber no orçamento da empresa. Tome como base de orçamento o pior cenário

Ao apurar o custo final da fatura, faça uma projeção aplicando a média do reajuste que a sua empresa recebeu nos últimos anos X sinistralidade média, que é determinada pela Agência Nacional de Saúde. Projete esse valor para dois anos à frente, uma vez que o plano é reajustado todos os anos e os novos contratos, em sua maioria, exigem 24 meses de permanência. 

Após calcular essa projeção de reajuste, se o valor final conversar com o orçamento da empresa, siga em frente. Caso não seja sustentável, ajuste o desenho, reduza valores e coberturas.

2. Busque informações sobre a operadora do plano de saúde

Procure saber sobre a operadora/seguradora que você pretende contratar:

  • Ela é flexível? 
  • Como foram os reajustes nos últimos anos? 
  • Os produtos são estáveis ou ela muda a grade a cada momento? 
  • É aberta para ouvir e atender exceções? 

Um bom representante comercial tem todas essas informações catalogadas para você avaliar. Não seja indiferente à importância desses detalhes.

3. Analise a rede credenciada

  • A rede credenciada apresentada atende às necessidades?
  • O reembolso é linear ao atualmente praticado?
  • Os hospitais, laboratórios e recursos mais utilizados pelo seu grupo fazem parte do produto a ser contratado?
  • Se não fizerem, haverá algum impacto?

Essa responsabilidade de análise do produto atual versus o que será contratado sempre é de responsabilidade da empresa contratante. Fazer as perguntas certas nesse momento é meio caminho andado em direção ao sucesso.

4. Elabore uma estratégia de comunicação

Se decidir mudar, qual a estratégia de comunicação? Não ignore a importância dessa iniciativa, informação nunca é demais!

5. Revise o contrato cuidadosamente

Avalie o contrato com atenção, considerando o impacto de cada cláusula na realidade do seu negócio.

6. Faça uma pesquisa da concorrência

Um plano de saúde de bom padrão pode ser uma excelente ferramenta para a admissão e retenção de talentos, mas é importante que você também avalie as práticas de mercado das empresas concorrentes. Se pode oferecer um plano mais robusto, ótimo, mas avalie a concorrência para potencializar o seu investimento.

O que fazer após a contratação do plano de saúde?

1. Acompanhe a gestão do plano de saúde

Um profissional da sua confiança, engajado, a fim de acompanhar em conjunto com os responsáveis técnicos, de forma regular e disciplinada, os indicadores do plano e a sinistralidade, aplicando ajustes quando necessário.

2. Acompanhe de perto os grupos de risco

Acompanhamento constante do grupo de risco, casos graves, maiores usuários, ofensores e grupo de crônicos.

3. Acompanhe indicadores

Análise pontual dos indicadores de absenteísmo e afastamentos.

4. Realize ações de saúde e bem-estar

Ações de promoção da saúde voltadas às necessidades apuradas e com mensuração de resultados.

5. Envolva os funcionários

Envolvimento dos usuários na gestão, canal aberto e transparente sobre os indicadores, vulnerabilidades e auto responsabilidade para manutenção do plano de saúde.

Não se deixe enganar, esses fatores sempre serão importantes, embora muitos prefiram se concentrar unicamente nos custos.

A pandemia trouxe uma urgência nos controles dos custos e prioridades das empresas. Contar somente com a sorte na gestão dos planos de saúde corporativos e transferir a culpa para terceiros no momento da renegociação do contrato não combinam com esse momento, se a gestão não for eficiente agora, poderá comprometer o orçamento da sua empresa de forma catastrófica.

Eu te convido a mergulhar nos números, avaliar os processos e, se necessário for, tomar decisões difíceis. O futuro é de quem decide hoje, agir com coragem, sabedoria e responsabilidade.

Sobre a Autora:

https://www.linkedin.com/in/debora4health/

Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria, sócia e diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.
O novo coronavírus e os programas de saúde e bem-estar corporativos

O novo coronavírus e os programas de saúde e bem-estar corporativos

A pandemia, embora anunciada, mudou a vida das pessoas. De uma hora para outra o mundo virou de pernas para o ar e, sem muito ensaio, fomos apresentados a uma nova realidade.

Nas empresas, os desafios foram imensos e, em um espaço muito curto de tempo, a rotina de trabalho foi totalmente transformada: videoconferências sem fim, reuniões online, um número maior de chamadas telefônicas e trocas de mensagem consomem os nossos dias, tornando-os mais curtos e às vezes até improdutivos. Diariamente nos perguntamos se determinado projeto ou plano de trabalho continua a fazer sentido neste novo momento, e vamos ajustando tudo o que está à nossa volta a um mundo diferente do que imaginamos e planejamos anteriormente.

Tenho o privilégio de me relacionar com gestores de pessoas em empresas e pude perceber que rapidamente o stress de organizar a operação, dentro dessa pandemia, foi dando lugar a uma preocupação enorme com a saúde integral dos times e funcionários.

Trabalhando com promoção da saúde e qualidade de vida há mais de 16 anos, sempre valorizei essas ações no ambiente profissional. Acredito que a empresa é um lugar incrível para promover a saúde e o bem-estar, mas infelizmente, nos últimos tempos, percebo um descompasso entre a realidade, os interesses e a teoria.

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As iniciativas que de fato mudam a vida das pessoas e trazem resultados mensuráveis foram deixadas de lado, em favor de ações “mais atrativas”, superficiais e menos eficientes. Em paralelo a tudo isso, percebemos uma certa miopia frente à insalubridade emocional de alguns ambientes trabalho, que não contribuem para melhorar os indicadores de saúde, muito pelo contrário.

A boa nova é que hoje, no meio de uma pandemia, mensuramos um número significativo de solicitações de programas voltados à saúde mental, emocional e saúde integral nas empresas. E não estou falando de ações voltadas à Covid-19, falo de ótimas inciativas, muito simples na realização e eficientes na prática.

A pandemia e o isolamento social trouxeram preocupações com imunidade que promovem constantes reflexões e autoavaliações e, por conta disso, hoje nos deparamos com uma excelente oportunidade para falar de qualidade de vida dentro das empresas outra vez.

A parte desafiadora é que temos um menu mais enxuto de opções e um novo universo a desbravar, diante das limitações físicas. Vamos precisar entender este novo caminho, dar as mãos, construir e aprender juntos.

Não existe uma receita e nem respostas prontas, a única certeza que temos é que boa parte das coisas que aprendemos sobre promoção da saúde corporativa será atualizada a partir de uma nova perspectiva e os programas desconectados da realidade não farão mais sentido.

Acredito que neste momento é importante refletir sobre alguns pontos, antes de partir para uma programação frenética de ações:

 

  • 1- Quais as reais necessidades do grupo de funcionários?
  • 2- Os programas e ações propostos são relevantes? Promovem reflexões para a mudança de comportamento ou são eventos divertidos, com apelo único de dar um tom mais moderno à empresa, mas sem força para impactar o ambiente de trabalho e a vida das pessoas?
  • 3- Qual a real motivação por trás dessas ações? Tornar a empresa moderna e mais interessante aos olhos do mercado e funcionários? Se esta for a resposta, talvez você esteja no caminho errado.
  • 4- Existe um objetivo definido? É muito importante estabelecer um rumo para não tornar o programa de qualidade de vida uma “sopa de letrinhas” indecifrável. É importante fixar um objetivo e se manter fiel a ele, a fim de buscar resultados mensuráveis.
  • 5- As ações conversam com as práticas e rotinas do dia a dia? Por exemplo, se o assunto é alimentação saudável, o refeitório da empresa, os lanches servidos, os alimentos oferecidos pela organização estão alinhados com o objetivo que se espera alcançar?
  • 6- Qual a origem dos indicadores que apontam a direção do programa? Impressões de um ou outro? Relatórios de utilização do plano de saúde? Indicadores do restaurante e da lanchonete da empresa? Taxa de adesão a iniciativas já implantadas? Não dá para iniciar um programa baseando-se na opinião ou interesse de poucas pessoas. O programa proposto precisa conversar com o grupo de funcionários.
  • 7- A liderança da empresa apoia essas iniciativas? Se não existe apoio, talvez seja melhor pegar mais leve, porque os indicadores de mercado comprovam: sem apoio da liderança, os programas de saúde não decolam.
  • 8- As ações são mensuráveis? Você consegue medir, analisar a evolução e ajustar a rota sempre que possível?
  • 9- Existe uma verba definida? Apoio de patrocinadores? Por quanto tempo o programa se sustenta dessa forma?
  • 10- As ações propostas estimulam a autorresponsabilidade e a maturidade dos funcionários nos cuidados preventivos com a saúde?
  • 11- O plano de trabalho e de comunicação estão definidos? Entender a importância de cada fase e se comprometer com ela é meio caminho andado para o sucesso.
  • 12- A agenda proposta estimula a participação de todos, os horários definidos são os mais indicados, o intervalo entre as ações é viável? Fuja da tentação de oferecer um menu muito rico. Muitas atividades não promovem o entendimento, o engajamento e a mudança de comportamento.

Penso que melhorar a saúde dentro das organizações passe, talvez, por uma análise corajosa das relações corporativas, do modelo de negócio x pessoas, do tipo de líder que a empresa deseja ter e formar, da relevância dos projetos voltados às pessoas e de quanto o ambiente interfere nos excessos e nos hábitos de saúde de cada um.

Sinceramente, desejo sucesso e me uno a vocês nessa empreitada, já torcendo para que a verdadeira transformação comece em nós.

Sobre a Autora:

https://www.linkedin.com/in/debora4health/

Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria, sócia e diretora da 4Health Consultoria em Saúde e Benefícios, empresa especializada na gestão de planos de saúde, pacote de benefícios e programas de qualidade de vida e bem-estar.
Regras para contratação ou troca de corretora de seguros/consultoria de benefícios

Regras para contratação ou troca de corretora de seguros/consultoria de benefícios

Existe um assunto desconfortável no mercado de benefícios, mais diretamente relacionado a plano de saúde, plano dental, seguro de vida e programas de qualidade de vida, que é a nomeação de uma nova corretora. Geralmente, essa decisão ocorre porque a corretora atual não atende às demandas da empresa contratante, ou por algum outro motivo de caráter político. Não raras vezes, a empresa se surpreende ao descobrir que não tem autonomia para mudar de corretora quando precisa.

A regra para mudança de corretora, praticada por todas as operadoras do mercado, ainda é desconhecida por muitos. Da mesma forma, quase não existe material oficial à disposição para consulta.

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Uma vez que o corretor/consultor recebe uma remuneração, repassada diretamente pela operadora contratada, remuneração esta embutida no valor da fatura paga pela empresa contratante, esta empresa tem autoridade para eleger a sua corretora. Mas a prática não é tão simples. Listamos abaixo em quais momentos poderá acontecer a troca de corretora/consultoria.

 

1. No momento da contratação de um novo plano de saúde, dental ou seguro de vida

 

Quando a empresa muda ou contrata um novo plano de saúde, geralmente a corretora que realiza toda a intermediação já é automaticamente nomeada como corretora da conta. Isso significa que, pelos próximos doze meses, ou enquanto a empresa contratante não se pronunciar, essa corretora responderá pela sua conta e será remunerada como tal.

 

2. Trinta dias antes do aniversário do contrato vigente

 

Neste caso, a empresa contratante já tem uma corretora nomeada, mas deseja eleger outra. Sendo assim, deverá comunicar a mudança à operadora contratada e à corretora atual, por meio de uma carta (modelo específico). A data para comunicação precisa ser observada na íntegra e, passados trinta dias desse processo, a nova corretora estará habilitada para atender a nova empresa e será remunerada por isso.

 

3. A qualquer momento, desde que a corretora atual esteja de acordo e oficialize por escrito

 

Nesta situação, em que o contrato ainda não está no aniversário, mas a empresa contratante não está satisfeita com o serviço, faz-se necessária a comunicação oficial à corretora, que deverá oficializar o seu de acordo nessa mesma carta. A seguradora/operadora também deverá ser comunicada oficialmente e exigirá o documento que comprove o de acordo da antiga corretora. Passados trinta dias desse processo, a consultoria/corretora eleita passará atender a conta. Caso a corretora atual se negue a realizar a transferência, a empresa em questão deverá aguardar o aniversário do contrato. Independentemente disso, caso a corretora eleita concorde, poderá trabalhar sem remuneração até o próximo aniversário do contrato.

 

4. A qualquer momento, com trinta dias de antecedência, quando se trata de contrato firmado junto a qualquer Unimed

 

Neste caso, a empresa contratante do serviço poderá destituir a corretora atual, respeitando o prazo acima, por meio de documento formal. Após trinta dias desse processo, o corretor nomeado passará a atender a empresa contratante e será remunerado.

 

Por esse motivo, recomendamos que, antes da contratação de uma nova corretora, seja realizada uma análise criteriosa. Avalie o pacote de serviços oferecidos, a estrutura, peça referências aos clientes já atendidos e estabeleça um contrato em paralelo para protege-lo de falhas no serviço. Busque fazer a sua escolha de forma neutra, atenta e profissional. E o mais importante de tudo, acredite na existência de prestadores de serviços com alto grau de especialização e com muita capacidade de agregar valor à sua empresa.

Sobre a Autora:

https://www.linkedin.com/in/debora4health/

Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria. Profissional de RH, especializada na gestão de programas de saúde e benefícios corporativos, atuando há mais de 26 anos nesse mercado junto a empresas nacionais e multinacionais, em diversos países.
7 Etapas para a maturidade e alta performance nos programas de saúde

7 Etapas para a maturidade e alta performance nos programas de saúde

Como consultora especializada na gestão estratégica de programas de saúde, sou questionada a todo momento sobre a melhor forma de potencializar os recursos investidos e apresentar resultados incríveis (custo competitivo, amplas coberturas, ótimo padrão de serviços, rotinas do dia a dia sob controle e usuários satisfeitos, com bons hábitos de saúde e qualidade de vida). O que pode ser feito a fim de atender a essas expectativas?

 

Um programa de saúde exige cuidado constante, disciplina, foco, alinhamento, planejamento, ações periódicas de comunicação e promoção da saúde, comprometimento da liderança, análise atualizada dos indicadores, gestão estratégica do risco, gestão das internações, entre outras ações.

Infelizmente, não raras vezes, a área responsável está envolta em uma cortina de fumaça que a impede de mergulhar mais fundo e avaliar outras questões além das rotinas operacionais.

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Após alguns anos no mercado, fica fácil perceber a maturidade de um programa de saúde com um simples checklist:

 

1) O programa gera indicadores consistentes e relevantes mensalmente?

2) Os objetivos do programa são claros e os parâmetros definidos?
3) Todas as informações relacionadas à saúde dos funcionários, como medicina ocupacional, atestados médicos e outras informações, compõem os indicadores analisados?
4) Os casos graves, crônicos e os ofensores são acompanhados de perto?
5) Os programas de promoção da saúde conversam com as principais demandas da empresa?

5a) As políticas e atualizações são informadas aos usuários periodicamente? Eles são atualizados sobre tudo?

 

6) As responsabilidades são definidas?

7) A empresa constrói cenários a médio e longo prazo?
8) Existe um grupo responsável por acompanhar os indicadores, levando-os a sério?
9) A equipe responsável conhece todas as vulnerabilidades e desafios e realiza ajustes sempre que necessário? Tem autonomia?

 

Aproveite e faça um check-up do seu programa, mas não se esqueça: a disciplina e a periodicidade dos processos garantem o sucesso da empreitada.

 

Sobre a Autora:

https://www.linkedin.com/in/debora4health/

Débora Carrera Maia, é Sócia Diretora da 4Health Consultoria. Profissional de RH, especializada na gestão de programas de saúde e benefícios corporativos, atuando há mais de 26 anos nesse mercado junto a empresas nacionais e multinacionais, em diversos países.
Qual a relação do grupo de afastados com o plano de saúde de sua empresa?

Qual a relação do grupo de afastados com o plano de saúde de sua empresa?

Se eu tivesse que responder à pergunta acima, com toda certeza diria que o sucesso do plano de saúde da sua empresa também passa pela gestão atualizada e próxima do grupo de afastados.

Nunca tivemos tanta tecnologia disponível e informações ao nosso alcance, mas percebo que em algumas áreas ainda nos comportamos como se estivéssemos vivendo há 20 anos. Todas as vezes que inicio um projeto voltado à arquitetura do programa de saúde e benefícios, me deparo com esses obstáculos, que muitas vezes comprometem toda a viabilidade da operação.

Quando digo afastado, falo de todo e qualquer trabalhador que não se encontra em atividade laboral ativa por motivo de saúde. E o grupo a que me refiro neste artigo são aqueles afastados há mais de 15 dias.

A história é quase sempre a mesma. No início do afastamento, a empresa acompanha o caso, mantém contato com o funcionário e um histórico das ocorrências e estágios da doença. Porém, conforme o tempo do afastamento vai passando, as informações passam a não ser atualizadas periodicamente e o contato vai se perdendo, na maior parte dos casos.

Quanto mais tempo o funcionário fica afastado, menos informação e interação a empresa mantém com ele. Parece que, com o passar do tempo, o interesse em manter um canal de comunicação atualizado dos dois lados – empresa e funcionário – vai se perdendo. O tempo passa, algumas vezes o funcionário muda de endereço e, como não comunicou o contato, se perde para quase sempre.

Além do passivo trabalhista, um dos riscos dessa situação está relacionado ao plano de saúde, que hoje é uma das maiores despesas do RH. Por conta da convenção coletiva, a maior parte das empresas é obrigada a manter o funcionário afastado vinculado ao plano e, uma vez que o motivo do afastamento teve origem em uma doença, existem grandes custos envolvidos.

O problema com o qual me deparo com mais frequência são empresas que desejam mudar o seu modelo de saúde, garantir maior economia, qualidade de serviços ou melhor relação custo-benefício, mas não podem avançar em seus projetos porque precisam de relatórios atualizados sobre o status do tratamento do seu grupo de afastados para que a operadora de saúde em questão possa analisar os riscos envolvidos.

O mais interessante é que, quando percebo casos assim e pergunto ao RH sobre mais informações a respeito desses casos, a percepção é de que eles não são importantes, estão perdidos no tempo, não oferecem riscos, está tudo certo. Infelizmente, as operadoras e seguradoras de saúde não enxergam dessa forma.

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Muitas vezes, o tempo que se leva para contatar o grupo ou até mesmo obter as informações necessárias é tamanho que o projeto é abortado. Sem informações atualizadas, a operadora de saúde não apresentará um preço final e, se o fizer, será com uma enorme folga financeira, chamada de agravo nos custos, que comprometerá a viabilidade do projeto.

Entendo que uma boa gestão desse grupo começa a partir de uma gestão dos atestados, que indicarão os futuros casos de afastamento. A falta de informações sobre o grupo de afastados pode impedir que decisões estratégicas e arrojadas sejam efetivadas.

Já vi muitas empresas obrigadas a permanecer em um plano de saúde mais caro e menos competitivo porque não tinham informações atualizadas de um único afastado.

Por conta disso, aconselho:

  • Mantenha um arquivo detalhado e atualizado com todas as informações pertinentes ao grupo de afastados.
  • Faça a gestão dos seus atestados médicos de forma detalhada. Se não souber como, a 4Health poderá lhe ajudar.
  • Mantenha contato periódico com esse grupo, atualizando endereços e telefones e mantendo uma rotina adequada de acompanhamento.
  • Ofereça ajuda para agilizar ou viabilizar o tratamento em questão e, se necessário, ajude a intermediar os processos junto ao plano de saúde.
  • Avalie as ocorrências e verifique se existe alguma relação com a atividade laboral. Se isso ocorrer, tome as medidas necessárias para evitar novos casos.
  • Antes de iniciar qualquer movimento de mudança de plano de saúde, fique atento ao perfil desse grupo e não deixe de considerar os riscos.
  • Promova com periodicidade ações de prevenção de doenças e promoção da saúde.

Não se engane: qualquer assunto relacionado à saúde dos seus funcionários terá impacto nos resultados financeiros do seu plano de saúde.

Boa sorte!!

Sobre a Autora:

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